É possível afirmar que a maternidade precoce é um grande desafio a ser enfrentado pela sociedade brasileira, haja vista os altos riscos de mortalidade e implicações que essa condição resulta. Tal realidade é vivida por milhares de meninas entre 12 e 19 anos, que deixam de viver seus sonhos e fantasias para encararem um universo cheio de medos, angustias e incertezas trazidas pela gravidez. As pressões sociais perante o mundo e a imaturidade acabam trazendo sérias consequências, que constituem em graves problemas sociais e de saúde pública para a gestante e o bebê. No que se refere às altas taxas de natalidade de adolescentes no Brasil podemos dizer que na maioria dos casos estão vinculados ao contexto de desenvolvimento social do país, uma vez que em sua maioria a prevalência é de meninas pobres, negras ou indígenas e com pouca escolaridade. Somando a isso temos um contexto do enfraquecimento das relações familiares, da não utilização de métodos contraceptivos, a falta de diálogo em casa, o apelo midiático quando o assunto é sexo, contribuem para perpetuação e disseminação de pensamentos que levem o indivíduo a acreditar que doenças sexuais e a gravidez nunca aconteceram em sua vida. Logo, o que se vê é um conjunto de fatores que só serão sanados a partir de atitudes mais enérgicas que impliquem na conscientização, educação e instrução dessas crianças e adolescentes, para que assim elas não venham a sofrer com um futuro em que a precocidade é determinante. Outro aspecto a ser considerado são os sérios problemas ligados à saúde, visto que o corpo ainda está em fase de desenvolvimento, assim não estando preparado para receber uma gestação. Entre os fatores biológicos estão o risco de prematuridade do bebê, baixo peso, morte prematura, anemia, aborto natural, pré-eclâmpsia e eclampsia, risco de ruptura do colo de útero e depressão pós-parto. Nesse sentido, o acompanhamento da gravida e o apoio familiar são fundamentais, no entanto, na maioria dos casos isso não ocorre, devido o medo e incompreensão familiar à gravidez acaba sendo escondida, dessa forma, retardando um pré-natal eficiente. O grande ativista indiano Mahatma Gandhi dizia que o futuro depende de nossas ações no presente. Nesse sentido é preciso uma mobilização conjunta entre Estado e família, para que por meio de prevenções eficazes crianças e jovens venham crescer conscientes de quais são as consequências de uma iniciação sexual precoce. Dessa forma, o governo deve fazer projetos que vise à introdução da educação sexual em escolas, com palestras em periferias e em grandes centros urbanos, de forma que atendam todas as idades, desde crianças, adolescentes e pais, além disso, é fundamental programas que ampare as gravidas para o não abandono escolar. Ademais, a família tem a função de estimular o desenvolvimento e construir conceitos que as levem a ter ciência das responsabilidades e implicações que atitudes imaturas podem trazer para seu futuro.