O problema da gravidez precoce no Brasil vem tomando números alarmantes; estima-se que um em cada cinco recém-nascidos tenha mãe com menos de 20 anos. Boa parte destes índices é causado pela falta de acesso à educação. Além dos transtornos físicos e psicológicos vindos com a gestação, o ventre destas mães carregam, também, discriminação. Em uma primeira análise, pode-se dizer que a falta de acesso à educação é o principal colaborador da precoce gestação. Evidência disto é a maior ocorrência do citado em camadas mais pobres, geralmente mais carente de informação. O papel da escola, nesse quesito, é fundamental; é a partir dela que adquirimos a sensação de responsabilidade. Desprovidos (pai e mãe) deste pensamento, faltam-lhes expectativas futuras de vida e, portanto, não analisam as consequências de seus atos. A gravidade é ainda maior quando a mãe passa por esta fase sozinha. É valido ressaltar, também, a falta de apoio dessas mães durante a gravidez. Em boa parte das vezes, as jovens são abandonadas pelo companheiro e, ainda, pelos pais, que consideram a gestação uma mancha na imagem da família. Com esta situação, muitas mães recorrem à clínicas clandestinas para realização do aborto - estas empresas, sem nenhuma regularização, colocam a saúde da paciente, já desestabilizada com a gravidez, em risco, podendo levar à morte na mesa cirúrgica. Fica claro, portanto, as dificuldades enfrentadas pelas jovens mães; e, obviamente, a urgência de sanamento deste problema. Para isto, o Ministério da Saúde deve ampliar a distribuição gratuita de métodos contraceptivos pelo SUS, garantindo, até, menores despesas futuras. Além disso, juntamente com a escola, grupos de apoio podem conscientizar os futuros avós da necessidade de compreensão e acolhimento da jovem, ressaltando a importância do âmbito escolar. Assim, asseguramos um futuro melhor para as crianças - as duas.