Título da redação:

Dialogar para não Abortar

Tema de redação: O problema da maternidade precoce no Brasil

Redação enviada em 27/10/2016

No filme ''Juno'', uma estudante do ensino médio passa por dificuldades após engravidar de seu colega de classe. Fora das telas, no Brasil, a problemática da gravidez na adolescência ocorre devido à pouca comunicação entre os familiares e à falta de informações sobre os métodos contraceptivos. Tudo isso ocasiona, geralmente, a busca pela prática abortiva clandestina. Primeiramente, deve-se ressaltar o diálogo mínimo entre pais e filhos e a falta de informação acerca da contracepção. Em certos casos, o adolescente sente-se envergonhado ao falar do assunto com os familiares e, em contrapartida, aqueles que deveriam orientá-lo, omitem-se. Tal fato ocorre devido à sociedade patriarcal existente, em que é considerado tabu a conversa sobre vida sexual, principalmente da menina, no lar. Outrossim, observa-se que muitos jovens não entendem o funcionamento dos anticoncepcionais, uma vez que os utilizam, em determinadas situações, de maneira errada. Uma jovem, a título de exemplo, toma a pílula do dia seguinte sempre que pratica o coito, o que resulta no aumento da probabilidade de engravidar, além dos males causados à saúde pelo excesso de tal medicamento. Com isso, adolescentes sem orientação sobre o assunto, quando grávidas, procuram, em boa parte dos casos, clínicas clandestinas para abortar. Segundo a OMS, dos 4 milhões de abortos praticados no Brasil, anualmente, 1 milhão ocorre entre garotas de 14 a 18 anos, das quais 20% morrem. Tal fato mostra que essas clínicas aplicam técnicas extremamente rudimentares e, geralmente, com pouca preocupação no que diz respeito à higiene e bem-estar da paciente. Desse modo, tanto o pai quanto a menina grávida passam por situações consternantes e de grande risco para a saúde da gestante. Assim, pode-se afirmar que, para sanar o impasse da gravidez precoce no Brasil, a família, antes de tudo, precisa dialogar mais com os jovens, de modo a orientá-los sobre a vida sexual, bem como os riscos da gravidez nessa idade e suas consequências, estimulando-os a usar a razão e não agir pelo impulso. Ademais, o governo, em parceria com a mídia, poderia disponibilizar mais informações sobre os métodos contraceptivos, através da TV e folhetins, de forma que o adolescente aprenda como utilizá-los corretamente. Por fim, é papel da Polícia Civil de todo o país realizar fiscalizações mais eficientes sobre as clínicas de aborto clandestinas, para assim fechá-las e punir os responsáveis por tais práticas ilegais.