Uma família, segundo conceitos modernos, é constituída por indivíduos que, ligados por laços ancestrais ou afetivos, formam o núcleo fundamental da sociedade. Desse modo, um planejamento ideal da formação familiar, desde o nascimento do bebê até a sua maturidade possibilita um aumento da chance de se ter não apenas um domicílio saudável, mas também uma comunidade estável. Todavia, no Brasil, hoje, em aproximadamente 20% dos partos, a mãe apresenta idade entre 10 e 19 anos. Esse fato, quando relacionado a outros, como o abandono de menores de idade e a alta taxa de criminalidade juvenil, explica vários problemas sociais atualmente existentes neste país. Primeiramente, é importante destacar a questão da carência econômica. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, a maior parte dos casos de maternidade precoce ocorre em regiões pobres, ou seja, a falta de assistência médica especializada, a pouca instrução educacional e até mesmo a ausência de anticoncepcionais e o conhecimento do uso correto desses acarreta um aumento do número de casos de adolescentes grávidas e desamparadas. Todavia, falta de dinheiro não é o problema do Brasil, visto que esse é hoje a sétima maior potência econômica mundial que possui, entretanto, enormes desigualdades entre os Estados e vários casos de desvio de dinheiro público. Além das deficientes condições materiais, contribui para a gravidez inoportuna a cultura hedonista moderna. De acordo com vários especialistas e historiadores, vive-se, no século XXI uma era de hipersexualização juvenil, que é evidente quando comparada com outras épocas, visto que, atualmente, a cultura de um modo geral, é voltada basicamente ao sexo e as relações dele derivadas. As próprias roupas e músicas modernas retratam esse fato, ou seja, o jovem atualmente, já nasce imerso em um mundo sexualmente precoce e acaba sendo, de acordo com a análise feita por Émile Durkheim no século XIX, levado a agir como seus pares para ser aceito no grupo. Diante do exposto, percebe-se a necessidade de levar educação básica em saúde preventiva, assim como anticoncepcionais e informação sexual às periferias urbana e rural. Isso pode ser feito por meio da criação, através do Ministério da Saúde, de grupos médicos especializados que possam se deslocar entre comunidades carentes e afastadas, dando suporte médico e ensinando medidas básicas de prevenção à gravidez precoce. É importante também que seja tratado com todos os jovens, em aulas de Sociologia e História, temas relacionados à necessidade de se medir as consequências das atitudes presentes e sua relação com problemas futuros e não se deixar levar por modas ou tendências passageiras.