Título da redação:

Amálgama de imbróglios

Tema de redação: O problema da maternidade precoce no Brasil

Redação enviada em 23/10/2016

O movimento dos anos 60, conhecido como “Sexo, drogas e Rock’n Roll”, trouxe transformações culturais para o mundo todo, principalmente no comportamento sexual. Após esse período, houve a reestruturação de diversos dogmas e quebras de tabus. Entretanto, a propagação dessa ideologia na atual conjuntura, tem refletido no estimulo à iniciação prematura da vida sexual , e em muitos casos, os envolvidos não possuem orientação alguma sobre a prática, culminando na gravidez precoce. No livro “E agora, filha?” de Isabel Vieira, é retratado a história de Jana, uma jovem de 15 anos que tem seu sonho de dançar profissionalmente interrompido, porque descobre que estava grávida. Analogamente, no panorama vigente, encontramos pessoas em quadros semelhantes, pois segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 20% dos bebês no mundo têm por genitoras, mães de até 20 anos. Esse mulheres têm sua vida toda modificada, porque em muitos cenários, elas sofrem com desamparo e julgamento dos familiares, em algumas situações ocorre negligência do comprometimento paterno e ausência de recursos para os cuidados com a criança, somado ao abondo escolar, acarreta na impossibilidade de ascensão pessoal, resultando no aparecimento de um amálgama de imbróglios pessoais e sociais. A revista “Veja”, em alguma de suas edições, publicou que o número de casos e as formas de abortos no Brasil, estão vinculados a origem financeira e a idade dos pais, sendo o mais praticada por jovens, a ingestão de veneno ou remédios, como forma de interromper a gravidez. Essa ação implica em danos não só para o feto, mas também para a mãe, que é repercutido no aumento do quadro da mortalidade infantil. Outrossim, mesmo para aquelas que optam por prosseguir com a gestação, é corriqueiro o aparecimento de problemas ocasionados por gravidez em um corpo naturalmente imaturo, que é agravado devido a ausência de pré-natal e pós-natal de qualidade, fruto da desorganização financeira e administrativa do país. Portanto, é vital que exista maior investimento do Governo Federal e do Ministério da Saúde, em que o objetivo seja promover maior suporte e atendimento médico e psicológico de qualidade para essa mães. Logo, com o fito de interromper os problemas oriundos da maternidade precoce no Brasil, é “sine qua non” que ONGs como APAE (Associação de pais e Alunos Excepcionais), juntamente das famílias desenvolvam mecanismo de diálogos tanto com a sociedade, por meio de projetos ou campanhas, como com as escolas regulares para conversarem sobre os cuidados referentes à vida sexual e seus impactos, com objetivo de orientar e reduzir o aparecimento de casos análogos. É essencial que o Receita Federal ,realize parcerias público-privada, realizando barateamento dos impostos arrecadados das empresas que produzem métodos contraceptivos, em detrimento do barateamento dos produtos comercializados, gerando assim maior acessibilidade e variedade dos métodos anticoncepcionais. É imprescindível que o Ministério da Educação, unidos a instituições como SENAI e SENAC, realize cursos gratuitos nas mais diversas áreas, voltadas para genitores adolescentes que necessitam de auxílio financeiro, conhecimento acadêmico e profissionalizante, para assim fomentar a educação e reduzir os impactos trazidos pela gestação nessa idade. Também é fundamental, que ocorra a criação de grupos de apoio para que os pais e familiares troquem experiências com outras famílias e se ajudem nesse processo difícil em que muitos se encontram perdidos, pois uma sociedade só modifica quando cada cidadão influir nessa mudança.