A construção sócio histórica da mulher no Brasil ocorreu de forma violenta, uma vez que os vis colonizadores que adentraram no país submeteram as índias – das mais variadas etnias – aos seus desejos sexuais. Assim, se estruturou o cenário da maternidade no país, responsabilizando, única e exclusivamente, a mulher; nesse sentido, os problemas vistos hoje são reflexos históricos, logo, a questão da maternidade precoce está profundamente relacionada a esse contexto. Historicamente a gravidez se cristalizou como sendo um problema da mulher, visto que, após as mulheres indígenas serem violentadas pelos seus algozes elas eram completamente deixadas de lado, e muitas das que foram abusadas se encontravam em pleno estágio de desenvolvimento, ou seja, muitas delas eram crianças e adolescentes. Dito isso, é de amplo conhecimento que a gravidez no período de maturação hormonal fisiológica carrega um enorme risco, que, geralmente, tem implicações graves, como: aborto espontâneo, mau desenvolvimento do feto e ainda pode ocorrer no óbito de um ou ambos. Além dos percalços já vistos, um se destaca na contemporaneidade, as mães solteiras. O abandono paterno devido à gravidez não planejada se tornou corriqueiro, o que causa um enorme impacto na vida das pequenas mulheres, pois abre um leque de novas obrigações frente à criança que está por vir, assim desestruturando a formação social da jovem. Em suma, a questão da maternidade precoce carrega uma imensa complexidade que pode ser encarada seguindo os seguintes pontos: o governo federativo deve, por meio de campanhas, conscientizar a população sobre os ricos da maternidade prematura; do mesmo modo, é imprescindível que ONG’S disponibilizem cursos que ajudem as adolescentes a se adaptarem ao seu novo estilo de vida. Ademais, é necessário que o Ministério da Educação insira na grade curricular uma matéria destinada ao público masculino, visando elucidar o papel de importância do mesmo nesse período, desse modo rompendo com paradigmas pré-estabelecidos.