Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 13/12/2017

“Nordestinês”, “sudestinês”, “português sulista”, fazem parte do cotidiano do brasileiro e não são idiomas independentes, mas sim formas diferentes de expressar um único português repleto de pluralidade cultural. A grande mistura de povos durante o processo de formação do estado brasileiro gerou um embolar de sotaques e inserção de diferentes palavras originárias de diversos países nessa “pátria amada”. Infelizmente, há um preconceito visível à diversidade linguística, apoiado não somente por chacotas históricas, mas também pela ideia de um português único e correto. Primeiramente, o humor e o preconceito, muitas vezes, “passeiam” lado a lado na construção de opinião de um país. Imperceptivelmente, usar a linguagem “errada” para simbolizar pobreza em programas de televisão, como a famosa pedinte do “Zorra Total”, Adelaide, gera mais crença de que todo menos favorecido economicamente fala do mesmo modo, ou que toda pessoa que fala de tal maneira esteja na pobreza, o que não é de toda verdade. Destarte, essa ideia enraíza, cada vez mais, o preconceito e aversão à variedade da língua. Em segundo lugar, as escola ainda passam um ensino errôneo e preconceituoso sobre o português brasileiro. “A educação é o grande motor do desenvolvimento pessoal”, disse Mandela, entretanto, esse papel está corrompido ao retratar somente a variedade padrão da língua como correta, fadando minorias à margem da sociedade. Nesse aspecto, visualiza-se a violência simbólica praticada pelas instituições educacionais, condenada pelo sociólogo Bourdieau. Existindo, desse modo, uma “arma invisível” que ataca a população sem capital cultural, mesmo que ela não perceba, provocando a marginalização constante do que não é próprio da elite, ou seja, a variedade padrão. São necessárias, destarte, medidas para resolver o impasse. O MEC (Ministério da Educação) deve garantir a partir de leis, que devem ser elaboradas, para que as variedades da língua sejam estudadas ao menos uma vez no ano nas escolas, não permitindo a violência simbólica tão fortemente. Acrescenta-se a isso, a necessidade da Mídia televisiva juntamente ao MEC, em horários de pico em audiência, apresentarem propagandas rápidas e objetivas com as diversas variedades da língua brasileira. Desse modo, a longo prazo, o preconceito linguístico poderá ser “desarmado”.