Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 29/11/2017

No início do século XX, em decorrência da Semana de Arte Moderna, o Modernismo, movimento que trouxe a proposta de ufanismo crítico, bem como o culto à variante popular da Língua Portuguesa, contrariando o Parnasianismo, movimento que prezava pela forma perfeita, ganhou espaço no Brasil. Hoje, contudo, à medida que é possível perceber que pessoas são ridicularizadas por não fazerem uso da língua formal fica evidente que os ideais propagados pela escola literária da semana de 1922 não estão presentes na sociedade brasileira. Nesse contexto, é mister analisar alguns dos fatores que permitem que tal quadro se instaure com o objetivo de combatê-los. Em primeiro plano, é fundamental pontuar que, para Karl Marx, a economia é um fator determinante para as relações sociais. Por esse prisma, as pessoas, mais pobres, por não terem acesso a um ensino de qualidade, presente, quase que majoritariamente, nas escolas particulares, têm mais dificuldade em compreender e usar as regras que regem a norma culta da língua. Dessa maneira, o preconceito linguístico passa a ser um instrumento de exclusão social, levando em consideração que, na maioria dos casos, apenas a classe economicamente dominante conhece o uso culto da Língua Portuguesa. Além disso, é importante pontuar que, segundo o escritor e professor Sírio Possenti, não existe apenas um português correto, mas contextos de uso. Nesse viés, o autor defende que os jargões médicos ou jurídicos são um ‘’português diferente’’ dos termos usados por um cordelista, por exemplo. Dentro dessa lógica, como a língua varia de uma situação ou até mesmo de uma profissão para outra, debochar de alguém apenas pelo fato deste não dominar determinado termo técnico é totalmente incoerente, visto que cada uso da língua tinha suas especificidades. Assim, portanto, medidas que visem lutar contra o cenário apresentado são urgentes. Com esse fim, as ONG’s, por meio da captação de investimentos de setores públicos e privados e a ajuda de professores voluntários, devem criar centros de incentivo à leitura nas áreas periféricas das cidades, viabilizando, com isso, o acesso das comunidades mais pobres à norma padrão culta e implementando, academicamente, suas vidas. Em conjunto a isso, convém que o Ministério da Educação crie e divulgue, usando a mídia como veículo para o alcance de um grande número de pessoas, campanhas que visem alertar tanto a população quanto profissionais acerca da problemática do preconceito linguístico promovendo, com isso, a mudança de comportamento. Logo, pouco a pouco, a Língua Portuguesa será um instrumento de integração, tal como foi idealizado pelos escritores modernos.