Eu canto em português errado- dizia Renato Russo em uma de suas canções, mas há um certo ou errado? O preconceito linguístico nada mais é do que a variação linguística de um mesmo idioma, essa de regiões, níveis sociais ou gírias. Tal preconceito é tão intensificado devido o fato da sociedade julgar a forma normativa da palavra o correto, sendo que essa não coloca expressões populares ou variações. Ou seja, não há um certo ou errado no uso da língua. Cabe no contexto as raízes da formação do país. O Brasil foi colonizado por portugueses que depararam com tribos indígenas que habitavam as terras do novo mundo. Com o passar dos anos, os colonizadores trouxeram africanos, alemães, italianos e tantas outras nacionalidades que tiveram um papel fundamental para a miscigenação do país. A fusão de tantas culturas e imigrantes diferenciaram o linguajar, principalmente em blocos regionais, nas quais diferenciam por sotaques e expressões únicas. A dinâmica linguística está sujeita a variações com o decorrer dos anos e cabe a sociedade não praticar julgamentos depreciativos, pois principalmente camadas de menor prestígio social sentem-se atingidas. Muitas vezes, as variações ocorrem por menor grau de escolaridade ou até mesmo por desconhecerem outra maneira da língua, devido não terem acesso a maior conhecimento. Logo, a variação linguística é algo que soma na sociedade pois faz parte da formação do país e de cada indivíduo e cabe a sociedade não julgar e aceitar, pois na linguagem oral não existe erros. Porém, cabe ao Governo Executivo juntamente com o Ministério da Educação, proporcionar níveis de escolaridade de boa qualidade para a formação de todos e que haja um conhecimento ampliado da língua normativa e possibilitando maiores oportunidades de um futuro a todos, principalmente no cenário dos empregos. Só assim, haveria respeito quando o assunto é a língua.