Antes de 1500, o Brasil era uma terra de vários donos, numerosas tribos e muitos dialetos. Com a colonização no século XVI e a imigração de povos oriundos de outros continentes, fez-se necessário a adoção de uma língua própria para colônia, o português, formado pela hibridização de inúmeros idiomas. O resultado dessa "mistura" perpetuou-se, e ainda hoje essa variação linguística é facilmente identificada entre os brasileiros. Entretanto, o que deveria caracterizar os diveros "Brasis" dentro da mesma nação é motivo de preconceito e segregação social. É inquestionável que o preconceito linguístico é gerado pelo principio de que a normativa gramatical, constituída de regras, presente em livros e ensinada nas escolas, é o certo. Embora seja importante a existência de uma norma que regulamente a escrita e a torne homogênea, o não reconhecimento dos infinitos tipos de comunicação oral é instrumento de discriminação. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) 7,2% da população brasileira é analfabeto, o que comprova que essa aplicação intolerante e repressiva que predomina na ideologia geradora do preconceito é absurda. Ademais, os diferentes dialetos é motivo não só de discriminação, mas também de exclusão, ridicularização e desigualdade social. Nessa lógica, segundo Freud em seu livro "Psicologia das Massas e Analise do Eu" indivíduos tendem a suprimir o próprio ego e agir de acordo com o meio, oprimindo as diferenças. Assim, ressalva-se a importância de certos setores da sociedade, a exemplo de familia e escola, na formação cidadã dos brasileiros, para que o cenário visto pelo preconceito linguistico deixe de ferir a Declaração Universal dos Direitos Humanos e se modifique positivamente. Frente aos desafios enfrentados pela população no que tange o preconceito linguistico, é imprescindível que o Ministério da Educação em parceria com Ministério de comunicação descontrua a ideia de certo e errado. Isso pode ser feito por meio da veiculação de vídeos nas redes sociais e propagandas na tv, mostrando e enfatizando os diferentes modos de falar e sua importancia para pluralidade cultural. Além disso, os professores poderiam instituir nas escolas a "Semana da Variação Linguistica", onde através de palestras e debates concientizariam os alunos sobre o respeito as diversas línguas . Afinal, como já dito pelo ativista frânces Michael Foucault, é preciso mostrar as pessoas que elas são mais livres do que pensam para quebrar pensamentos errôneos constuídos em outros momentos históricos.