No contexto Nacional, a imposição da norma culta portuguesa como forma correta de comunicação, despreza as outras variações da língua. Nesse cenário, a predileção pela norma culta cria a ideia equivocada de que a linguagem popular seja errônea, o que fomenta o preconceito em relação aos falantes dessa modalidade. Percebe-se que a priorização da gramática normativa promovida pelo poder público e instituições de ensino, em detrimento da linguagem popular, fortalece a ideia de que essa última seja incorreta. Assim, contrariando essa prática, o modernismo do início do século XX promoveu a inserção da cultura popular e a renovação da linguagem na literatura, demonstrando a necessidade de se reconhecer como corretas as diversas formas comunicativas existentes no território brasileiro. Dessa forma, é notório que a não aceitação da variedade de línguas existentes no Brasil rebaixa intelectualmente os indivíduos que utilizam um padrão diferente da norma culta. Nesse viés se encaixa a afirmação do filósofo do século XVII, Baruch Spinoza; "Tenho me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las". Logo, é perceptível a necessidade de compreender e respeitar a linguagem popular. Assim, tendo em vista a problemática que envolve o preconceito linguístico no Brasil, tornam-se necessárias medidas que revertam esse quadro. Cabe ao Ministério da Educação seguir o exemplo modernista e incentivar o conhecimento nas escolas das variedades linguísticas e dos contextos que as produzem, por meio de palestras nas instituições de ensino e modificações no material didático, abordando essa diversidade. Ademais, cabe ao poder público se utilizar mais da linguagem popular em placas publicitárias e comerciais televisivos, a fim de transmitir para a população a ideia de que qualquer forma de comunicação em que haja o entendimento da mensagem, é correto.