Dentre os motivos causadores da pluralidade linguística do brasil, destaca-se a extensão territorial, a chegada dos imigrantes no século XX e a diversidade étnica que compôs a nação. Nesse contexto, no entanto, observa-se que o preconceito linguístico se faz presente na sociedade e, tendo em vista a prática dele com forma de discriminação social, deve ser combatido. Em primeiro plano, o preconceito linguístico contribui para a perda da diversidade cultural. Uma ilustração disso aconteceu na década de 30, quando o escritor modernista Manuel Bandeira teve as obras reprimidas pela comunidade linguística, tendo em vista que ele escrevia de modo como falavam as pessoas do interior nordestino. Logo, a produção artística tinha sua diversidade limitada por essa forma de preconceito, cuja prática não condiz com a heterogeneidade do falar brasileiro, tal como inferiu o linguista Marcos Bagno. De outra parte, essa forma de discriminação é usada como mecanismo de opressão às classes economicamente desfavorecidas. Pelo baixo prestígio de algumas variantes diastráticas (entre grupos sociais) e diatópicas (diferentes regiões), os indivíduos costumam considerá-las como ‘’erros de fala’’. Ocorre que isso gera uma linha tênue entre preconceito linguístico e social, haja vista que algumas das variantes desvalorizadas referem-se à parcela da sociedade que não possui acesso à educação para aprender a falar de forma meândrica e segundo a norma culta da língua. Dessa forma, enquanto essa atitude persistir, o Brasil será obrigado a conviver com esse grave problema social: o preconceito linguístico. Nessa perspectiva, mostra-se necessário diminuir a presença dessa discriminação no país. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação, mediante seu tempo de concessão gratuito nas mídias sociais, veicular campanhas que atentem para as consequências do preconceito linguístico na sociedade; nelas, a diversidade de falares da nação será valorizada como importante condição presente na formação cultural dos brasileiros. Essa medida auxiliará a população a não o praticar, tendo em vista que a presença dele no cotidiano é tida, erroneamente, como normal. Assim, os diversos brasis da Língua Portuguesa não serão reprimidos pelos seus próprios falantes.