Título da redação:

. Os desafios do combate ao preconceito linguístico no Brasil

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 29/06/2018

O preconceito linguístico é uma atitude de julgamento, que se nega o caráter multilíngue do país. Pesquisas corroboradas por universidades brasileiras e estrangeiras, como a Unicamp e a Universidade de Harvard, atentam para a importância da linguagem como principal porta para a convivência social, permitindo uma multiplicidade de interações interpessoais, como as de educação e cultura. Nesse âmbito, a visão inferiorizante de falantes de classes sociais mais baixas e o desconhecimento da língua brasileira de sinais estimulam o preconceito linguístico no Brasil, o que precisa de soluções urgentes. Em primeiro lugar, vale ressaltar o artigo publicado por Xoán Lagares, professor de linguística histórica, da Universidade de SP, “O modo de escrever e de falar pode dizer de onde o falante vem, e talvez até a classe social em que ele está inserido”. Com essa definição é possível perceber quais são os princípios da desvalorização da diversidade da língua brasileira, os quais acentuam a discriminação linguística, podendo desestruturar uma pessoa psicologicamente, provocando a sua exclusão social. Um exemplo que ilustra essa situação foi a postagem de uma mensagem nas redes sociais feita por um médico em SP criticando os erros de português de um paciente dizendo: “ não existe peleumonia e nem raôxis”. Esse quadro demonstra o quão grave é a desvalorização das várias formas de se comunicar, prejudicando as relações interpessoais, prejudicando o desenvolvimento cultural do país. Além disso, outro fator que corrobora a problemática em questão é a subvalorização da diversidade linguística que ocorre nas escolas. O escritor linguísta brasileiro Marcos Bagno esclarece no livro dele “Preconceito linguístico”, que a unidade linguística do Brasil é um “mito” devido às falhas na propagação dessas diversidades dentro do ambiente escolar. Nesse contexto, ao se observar na grade curricular dos estudantes a inexistência do ensino da língua de sinais -LIBRAS- na qual é considerada a segunda língua oficial do país, percebe-se que essas falhas vão de encontro a teoria do autor. Esse cenário é problemático na medida em que a escola torna-se um ambiente inóspito para os deficientes auditivos e aqueles que dependem dessa linguagem ficam às margens das demais interações, o que é nocivo a cidadania e a participação social deles. Dessarte, é mister superar os desafios de superar o preconceito linguístico no Brasil. Para isso, a Mídia deve disseminar campanhas socioeducativas por meio de propagandas que contemplem a variedade linguística, valorizando sotaques, regiões e todos os modos de falar do brasileiro com o intuito de desmitificar preconceitos enraizados. Ademais, o Mec deve fazer uma reforma curricular, que promova o ensino de libras como obrigatório em todas as escolas, por meio de consultas populares na internet para determinação da carga horária para valorizar as diversas línguas existentes Brasil. Logo, a unidade linguística do Brasil descrita por Marcos Bagno poderá deixar de ser um mito.