Título da redação:

Desequilíbrio da ética Aristotélica

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 15/09/2018

Desde a Lei da Inércia, já se sabe – ou deveria saber – que, uma vez iniciado o movimento, o corpo só ficará inerte se uma força externa atuar sobre ele, logo, para que a sociedade transforme o meio no qual está inserida, é necessário que o corpo-homem exerça uma força contrária sobre o corpo-problema. No entanto, quando se observa o preconceito linguístico no Brasil, hodiernamente, percebe-se que esse ideal estático é constatado na teoria e não desejavelmente na prática, já que a problemática persiste intrinsecamente coadunada à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança da mentalidade social. Primordialmente, é válido ressaltar que a questão constitucional e sua aplicação estão entre as causas do revés. Consoante a Aristóteles, no livro "Ética a Nicômaco", a política serve para garantir o equilíbrio dos cidadãos, analogamente verifica-se que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil, haja vista que, embora a Constituição de 1988 explane o dever estatal de construir uma sociedade livre, justa e solidária, há brechas que permitem a ocorrência dos crimes, como o médico plantonista Guilherme Capel, que tirou uma foto debochando dos erros de português de um paciente, ao dizer: ‘’Não existe peleumonia e nem raôxis’’. Por essa razão, torna-se inegável o desequilíbrio Aristotélico, destarte, comprometendo o desenvolvimento sociável. Cabe salientar, outrossim, que a intolerância às diferenças regionais ainda é um grande impasse à transformação da vicissitude no Brasil. Isso porque, segundo John Locke e o empirismo britânico, todo conhecimento provém da experiência e da influência. Nessa perspectiva, é notável que a incomplacência humana em face das variações linguísticas é compatível à teoria do filósofo, uma vez que, se uma criança vive em uma família com esse comportamento, ela tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Desse modo, uma mudança nos valores da sociedade é fundamental para que a juventude não venha a ser um espelho do passado. Sendo assim, em uma única frase, segue o Imperativo Categórico: ‘’Age de tal modo que a máxima de tua ação possa sempre valer como princípio universal de conduta’’. Diante desses fatores, urge, portanto, que o Ministério das Comunicações, em parceria com o Ministério da Educação, financie projetos educacionais inclusivos nas escolas, por intermédio de uma ampla divulgação midiática, que inclua propagandas televisivas, entrevistas em jornais e debates entre professores e alunos a respeito do preconceito linguístico - visto que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador - a fim de que a comunidade escolar e a sociedade no geral - por conseguinte - conscientizem-se. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país desenvolvido socialmente, criando um legado do qual Aristóteles pudesse se orgulhar.