Título da redação:

Deixa Disso Camarada.

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 17/10/2018

Conforme defende o linguista Marcos Bagno em seu livro o Preconceito Linguístico inexiste forma certa ou errada de falar. Além disso, segundo ele a língua é dotada de complexidade não se restringindo a erudição. No Brasil, contudo, uma significativa parcela da população ainda possui preconceito com quem não segue a norma dita como culta. Tal problema, está relacionado, sobretudo, ao papel das intuições educacionais e à questão social. É fundamental, enfatizar, inicialmente, o ambiente escolar como propagador do preconceito linguístico. Isso ocorre porque, o aluno é imposto a norma padrão não se admitindo as variações linguísticas que os estudantes usam. Assim, a língua passa a ser dividida entre certo e errado e os mesmos passam a ser censurados pelo professor. Desse modo, a escola negligência a ideia da filosofa brasileira Viviane Mosé, de produzir uma educação viva e contemporânea, pois, segundo ela são as variedades linguísticas que tornam a língua viva. Atrelado ao ambiente escolar, a questão social também causa o preconceito linguístico. Dessa maneira, conforme o sociólogo Erving Goffman o estigma social consiste em marcas negativas atribuídas a certos grupos sociais, que os impedem de ser aceitos socialmente. Isso ocorre, de maneira análoga a pessoas que não fazem o uso da norma padrão da língua e são estigmatizados. Como prova disso, tem-se o caso do médico Guilherme Capel que debochou de seu paciente nas redes sociais por ele não saber falar corretamente a palavra Pneumonia. Ademais, é valido ressaltar, o caso do ex-presidente Lula, que durante campanhas presidenciáveis, já foi taxado, por seus opositores, com um indivíduo que “não sabia falar, tampouco governar um país”. Diante disso, fica evidente que o preconceito linguístico não está vedado a ninguém, pois, é tratado como algo natural pela sociedade. Parafraseando o sociólogo Zygmun Bauman, enquanto houver quem alimente o preconceito linguístico, haverá quem o pratique. Tomando como norte a máxima do autor, o Ministério da Educação(Mec), em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos(MDH), deve promover mudanças nas diretrizes da grade de ensino e introduzir planos educacionais que dialoguem com as diversidades linguísticas dos alunos e respeitem as diferenças. Urge, também, que o Ministério da Justiça (MP) ponha em prática o artigo 3 da Constituição Cidadã de 1988, que pune qualquer tipo de discriminação, e, intensifique ações a quem prática o preconceito linguístico. Destarte, que somente com essas medidas o bom cidadão da nação brasileira de Oswald de Andrade será entendido.