Título da redação:

Combate do Preconceito Linguístico

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 03/11/2018

Na segunda metade do século XX, Clarisse Lispector, importante escritora naturalizada brasileira, apresentou uma protagonista com marcas linguísticas consideradas diferente do padrão. Contemporaneamente, no Brasil, ainda há pessoas com essas características na fala, e, assim, ocorre o preconceito contra esses indivíduos. Com efeito, este paradigma está interpenetrado na sociedade brasileira como subproduto da construção social e do processo de formação educacional. Em uma primeira perspectiva, sob uma ótica sociológica, a estruturação do corpo social fomenta a visão de que todos os indivíduos devem se comunicar com o mesmo dialeto, haja vista, que o país obtém varias regiões e cada uma com as próprias peculiaridades. Essa conjuntura de discriminação linguística, com nitidez, é observada na história em quadrinho, criada por Maurício de Souza, “Turma da Mônica” em que encontra-se o personagem Cebolinha sendo diversas vezes julgados por falar de maneira diferente. Desse modo, a sociedade brasileira aprofunda-se em um intenso cenário de intolerância, o que aponta para a imprescindibilidade de suspensão desse grave paradigma moral. Ademais, em uma segunda análise, a dificuldade de combater o preconceito linguístico é relacionado ao procedimento de construção educacional do Brasil, uma vez que, nem sempre é ensinado a respeitar as diferenças no modo de falar. Segundo Immanuel Kant, um dos filósofos mais estudados na modernidade, o homem é o que a educação faz dele. Dessa maneira, a educação é uma das principais maneira de reverter esse panorama de discriminação social. A formação social do Brasil, em paralelo ao processo de elaboração educacional, portanto consubstanciam os obstáculos do combate ao preconceito linguístico. Cabe ao Ministério da Educação, deve desenvolver políticas públicas de valorização da pluralidade linguística, por meio de palestras e campanhas, a fim de conscientizar as pessoas da existência dos vários dialetos, visto que o país é formado por várias regiões. Concomitantemente, faz-se necessário as instituições de ensino, a formação de cidadãos que respeitam as diferenças, por meio de debate, a fim de desestruturar esse mecanismo de conduta. Dessa forma, reconstruir-se-á um futuro em que a dificuldade em combater o preconceito linguístico será apenas uma lembrança disforme de um passado anacrônico.