Título da redação:

ABC de Luiz Gonzaga

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 07/07/2018

A maior parte da história do Brasil não se deu em português, pois até meados de 1750, a língua falada era uma mistura de tupi com português. A elite paulista, por muitas vezes, precisava de intérpretes para se comunicar com os portugueses. A língua é uma mistura, sempre foi. A busca pela pureza linguística, baseada no preconceito, gera um sentimento de superioridade e segregação. Há indivíduos que defendem a existência de uma pureza na língua, um único modo correto de se falar, não importando o lugar ou ocasião. Sendo os que dominam esse falar culto, superiores aos demais. O Funcionalismo, teoria social do antropólogo Malinowski, afirma que não há culturas superiores às outras, mas um contexto, em que determinado costume terá sua função explicada. O que corrobora com o fato da existência de variedades linguísticas. Outra consequência da exaltação de um padrão único e imutável, é a segregação. Como se certos tipos de linguagem fossem inerentes à alguns grupos sociais. A sociolinguista Deborah Cameron usa o conceito de “Higiene Verbal” para explicar a segregação linguística. Como se nas sociedade houve-se um ideal de pureza da língua, baseado na beleza e civilidade. Havendo, assim, uma separação. De um lado, grupos que utilizam uma variante mais popular da língua, do outro, grupos que utilizam uma variante mais culta. Portanto, é infantil escrever como se fala e pedante falar como se escreve. A mídia, juntamente com ONGs, devem disseminar a existência das diferentes variantes da língua portuguesa, através de comerciais e propagadas. As escolas têm o devem de ensinar de forma mais abrangente - o que não acontece hoje - as variantes linguísticas do território brasileiro. Por meio de minicursos, debates e seminários. Ademais, é de responsabilidade do judiciário, julgar de forma mais severa os crimes de preconceito linguístico. Assim o “ABC do Sertão” não será visto como inferior ou segregado por ser diferente.