Título da redação:

A riqueza da pluralidade linguística

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 03/10/2018

No século XIX, o sociólogo Émile Durkheim disseminou um pensamento segundo qual a sociedade funciona como um organismo biológico, ou seja, todos os seus componenentes deveriam viver em harmonia para que fosse possível atingir o bem-estar geral. No entanto, sob a ótica do pensador francês, o Brasil avança lentamente no sentido da homeostase social, visto que, em um país tão vasto e plural, várias pessoas são ridicularizadas e menosprezadas devido ao seu modo de se expressar verbalmente. Nesse panorama, torna-se imprescindível analisar tanto aspectos educacionais, quanto socioculturais acerca do assunto. Em uma primeira análise, a desigualdade social intensifica a desvalorização da linguagem verbal dos menos favorecidos. Esse paradigma sociológico foi instaurado como subproduto da concentração fundiária em uma conjuntura nacional, bem como em uma perspectiva regional. Isso escancara-se em um preconceito sistemático e dominante, no qual o marginalizado é ridicularizado e a classe de maior prestígio na maioria das vezes não. Esse cenário dramático é exposto no corpo social de forma ostensiva no tratamento de um nordestino no sudeste, como de um favelado em um local mais requintado, por exemplo. Dessa forma, essa construção sociocultural, ao materializar a problemática, acastela um quadro de opressão. Ademais, cabe pontuar que a dicotomia entre o certo e o errado perante a norma culta propicia uma situação ideal para a propagação do preconceito linguístico. Essa conjuntura educacional alicerça-se no conceito arcaico, que é lecionado desde os primórdios ensino fundamental, de associar, em um concepção informal, desvios gramáticais a erros. Essa realidade vai de encontro à ideia exposta pela filósofa brasileira Viviane Mosé, a qual defende um sistema educacional moderno e contemporâneo, por meio da justificativa que as variações da língua que a mantém viva. Dessa maneira, ao permanercer com pensamento antiquado, a sociedade brasileira aprofunda-se em um intenso ambiente de preconceito e intolerância. A fim de construir, destarte,uma sociedade pautada em igualdade e respeito mútuo entre os cidadãos, cabe à Mídia, em consonância com o Ministério da Cultura, promover políticas de conscientização do corpo social diante da pauta linguística, por meio de ficção engajada e propagandas chocantes. Concomitantemente, cabe ao Poder Executivo Federal, em conjunto com o Ministério da Educação, promover a reestruturação do ensino primário, por meio da modernização do sistema didático das escolas público e privadas. Assim, ao conviver de forma harmônica como um organismo vivo, como exposto por Émile Durkheim, a sociedade estará mais apta a avançar celeremente no sentido da homeostase social.