Título da redação:

A opressão linguística por partes de classes dominantes

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 22/10/2018

A "língua brasileira" é composta por uma diversidade de sotaques, dialetos, regionalismos e gírias, que simbolizam a variedade cultural, social, de faixa etária, etc. Entretanto, essas distinções linguísticas são transformadas em preconceitos, promovendo, através da visão de superioridade, a rotulação do certo ou errado, visto que, as classes superiores, se colocam como dominadoras, aliado à formação de esteriótipos. Referente à imposição dominante das classes sociais superiores, segundo o linguista Marcos Bargos, o conhecimento da gramática normativa é utilizado como instrumento de distinção e de dominação pela população culta. Dessa forma, tais indivíduos se autopromovem como os possuidores do conhecimento linguístico correto, a partir de tais ideias surge o preconceito, ou seja, a intolerância ou ignorância em relação as diferenças linguísticas existentes em um idioma. Uma vez que, veem as distinções linguísticas como erros, e não como variações. Vale também ressaltar que, a formação de esteriótipos diante de maneiras distintas de falar, provocam uma visão inferiorizada, analogicamente à colonização portuguesa no Brasil, no qual a civilização portuguesa impôs sua língua aos habitantes já preestabelecidos no território brasileiro. Haja vista que diante de diferenças linguísticas, foram criados adjetivos que caracterizavam os indígenas, como selvagens, por exemplo. Utilizavam-se do termo civilizar para explicar a disseminação cultural e linguística portuguesa no Brasil, nesse sentido, percebe-se a categorização baseada nas distinções linguísticas desde o século XVI. O preconceito linguístico, portanto, é consequência do etnocentrismo por parte das classes sociais dominantes. Sendo assim, para que haja a desconstrução desse preconceito, se faz necessário a participação da escola e da mídia, através de videos divulgados em redes sociais, onde mostre as distinções apenas como variações linguísticas, exaltando a importância da diversidade. Em consonância com isto, a escola deve promover discussões envolvendo este tema, buscando a conscientização do aluno. Pois segundo Helen Keller, o resultado mais sublime da educação é a tolerância.