Título da redação:

A diversidade que segrega

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 03/10/2018

O preconceito linguístico não é uma invenção atual, durante a colonização, a missão europeia de levar a civilização aos indígenas teve como característica a imposição da língua portuguesa em detrimento do tupi, fazendo com que os povos que possuíam diferentes dialetos tivessem que se abster à apenas um. Isso acarretou no enraizamento da marginalização de variações linguísticas, que perdura até hoje. Além disso, em primeira instância, nota-se que adotar uma norma padrão de linguagem em um país rico em diversidade cultural e linguística acaba aumentando as chances de preconceito às outras formas de expressão. Isso acontece porque o parâmetro que é estabelecido de oralidade e escrita formal pressupõe um ideal de que algumas línguas são mais corretas do que outras. Em decorrência desse pensamento de superioridade, a diversidade de dialetos que existe no Brasil, aos invés de ser vista como um fato de riqueza cultural, acaba se tornando refém de manifestações preconceituosas, como a própria exclusão social. Ademais, vale ressaltar que inclusive a questão social contribui para essa discriminação no país. O livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, retrata os regionalismos linguísticos das personagens como, também, fruto das condições de pobreza que vivenciavam. Nesse sentido, atualmente, muitos indivíduos ainda utilizam a linguagem verbal como forma de segregação social, diferenciando as condições sociais entre os cidadãos. Logo, o quesito social contribui para a confirmação de tal preconceito. Dado ao exposto, nota-se que o preconceito linguístico é prejudicial por contribuir com a desigualdade existente no país. No entanto, faz-se necessária a ação do Governo Federal, em parceria com o Poder Legislativo, ao promover a criação de leis punitivas aos indivíduos que tiverem atitudes discriminatórias quanto ao linguajar de outrem, por meio de propostas legislativas, com a finalidade de assegurar o bem-estar de pessoas de diversas origens regionais. Assim sendo, essa discriminação não será mais um embate para a sociedade brasileira.