Título da redação:

A diversidade excluída

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 28/09/2018

Em “A hora da estrela”, Clarice Lispector retrata a vida de Macabéa, personagem que sofre alto preconceito por seu vocabulário do interior. Fora da ficção, essa intolerância linguística é realidade na comunidade. É evidente que o preconceito linguístico se tornou um problema para sociedade brasileira. Essa implicância nasce da elitização da língua, que criou a dicotomia do que é certo ou errado. De acordo com o linguista Marcos Bagno, assim como o mapa-múndi não é o mundo...a gramática não é a língua, ou seja, não se deve desconsidera as regras gramaticais, mas sim admitir que todas as variações são inerentes ao dialeto português. Dessa maneira, as variações devem ser aceitas e jamais classificar uma como superior a outra evitando a geração do preconceito pela forma de se utiliza a língua. Ademais, a exclusão social é um efeito desta cisma ao modo de falar. Como acontece aos nordestinos, que ao serem identificados por suas variantes regionais, sofrem preconceito de forma absurda por ser parte de um estereótipo brasileiro causado pela mídia. Logo o mundo televisivo deve parar de estereotipar os personagens de acordo com a sua maneira de falar e investir em campanhas que ajudem a desconstruir o preconceito linguístico. Do mesmo modo, faz-se necessária a atuação de dois agentes: Ministério da Educação e a família. Ao primeiro cabe promover o reconhecimento das variações da linguagem, por meio de teatros e aulas lúdicas de enfoque ao respeito, para que a diversidade seja enaltecida. Já o segundo, deve fomentar a discussão sobre questões de respeito e acessibilidade buscando alcançar a quebra de estereótipos. Afinal, ser um “bom” falante é ser poliglota na própria língua.