Título da redação:

A arte da hipocrisia

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 28/03/2018

Em 1500 D.C, os primeiros colonizadores portugueses chegavam ao atual território brasileiro, consigo uma língua nova e rica, o português. Com a chegada de imigrantes de outras localidades, o português se miscigenava a outros idiomas, resultando em uma língua rica, diversificada e subjetiva, o português brasileiro. Infelizmente, a diversificação oral do português brasileiro é reprimida e contida pelo preconceito linguístico em pleno século XXI, o século da pluralidade e da diversificação. A pluralidade linguística é um fator presente em todas as regiões brasileiras, independentemente de fatores socioeconômicos, desta forma desde o Norte do Brasil ao Sul, existe uma infinidade de expressões e termos característicos de cada região, além disso, observa-se uma imensa variedade de termos fundamentados fora da norma padrão utilizados com certa normalidade. Perante tal variedade, hipócrita é o brasileiro que se diz como um falante de português, o qual, se encontra em 100% das ocasiões se encaixa perfeitamente nas normas gramaticais. Mesmo diante de tal pluralidade citada a pouco, parcelas ignorantes e exclusivas da sociedade-uma vez que se privam do conhecimento e desconhecem ou simplesmente ignoram a estruturação da língua portuguesa- praticam o preconceito linguístico para com os que aderem termo (s) e a língua coloquial (is). O preconceito baseia-se no ideal de que tais falantes encontram-se fora da fôrma do português “correto”, porém o que seria o português correto? Pelo ponto de visto preconceituoso seria seguir as normas gramaticais a todo instante, mas se a mensagem (mesmo que passada conforme a gramática natural) repassada permitiu o entendimento pleno, não estaria correta? Segundo Marcos Bagno (professor da UnB), a língua é uma entidade social a qual a sociedade a reinventa todos os dias, uma vez que sofre diversas modificações devido a pluralidade linguística. De tal modo, a língua não se contém ao um conjunto de regras, mas se expande a um nível cultural e social, permitindo que a comunicação por meio do português já seja o português correto. Assim, deve-se levar a sociedade como um todo a quebrar estereótipos e mentiras sobre o português coloquial. Deve-se iniciar nas escolas onde os professores ensinem o respeito e a diferença de adequação linguística e de padronização, por meio de aulas e da fundação de uma nova matéria dentro da língua portuguesa, a qual, deve-se ausentar de normas e buscar a exploração da variedade da língua por meio do diálogo e do aprofundamento da relação língua-cultura, auxiliando assim a criança a entender que não existe português correto ou errado, mas, sim, o mais adequado.