Há duas maneiras de se realizar o parto: a natural e pelo processo cirúrgico denominado cesárea. O Brasil apresentou nos últimos anos dados alarmantes relacionados ao uso de cesarianas, uma taxa três vezes maior que a recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de 15% do total de partos ao ano. Esse fato deve ser relacionado com alguns motivos recorrentes, sendo um deles a deficiência no acompanhamento médico. Grande parte das gestantes iniciam o acompanhamento só após o terceiro mês, ou seja, tarde e 25% não o faz. Assim a mulher não tem uma orientação clínica de qual método realizar. Outro motivo e talvez o maior é a falta de informação que as gestantes têm sobre o parto normal. A maioria não o faz por medo da dor, da possibilidade de deformação no órgão genital e também por não poder ser agendado. Muitas não sabem que há anestesia para evitar a dor, a região da genitália volta ao seu normal e a gestante pode ser internada quando completar nove meses mesmo no parto normal. Vale ressaltar que o procedimento cirúrgico da cesariana apresenta maior incidência de complicações. Como exemplos têm-se: o risco de infecções e dor pós-parto são grande, problemas na cicatrização e até mesmo durante a cirurgia, riscos de hemorragia ou outro acidente. Deve haver um incentivo às gestantes realizarem o procedimento natural do parto, conscientizando-as de como é esse processo e desconstruindo a ideia negativa em relação a ele. Para isso palestras devem ser ministradas por médicos nos próprios hospitais e criadas campanhas com divulgação ampla em todo o país, seja por instituições de defesa dos direitos das mulheres ou pela Agência Nacional de Saúde (ANS) que, como medida imediata, determinou que a realização da cesárea só será feito com a comprovação de sua indicação.