Título da redação:

Modernidade ou medo: A realidade da gestante brasileira

Tema de redação: O parto como questão de saúde pública no Brasil.

Redação enviada em 05/07/2015

O ser humano tem instintos básicos, entre eles, o de tentar a todo custo evitar a dor. É filiando-se neste instinto básico que milhares de mulheres ao redor do mundo optam pela cesárea, ato que consiste na retirada do feto a partir de um procedimento cirúrgico sem a necessidade de dilatação do canal vaginal, inconscientes das complicações que podem advir deste ato, como por exemplo, inflamações, cicatrizes e impossibilidade de, futuramente, realizar um parto natural. De acordo com a organização mundial da saúde (OMS) o índice de cesáreas em um país não deve ultrapassar 15%, porém, no Brasil, esses índices já ultrapassaram 50% do total de nascimentos do país. As razões para isso são das mais diversificadas, entre elas, medo da dor e do aspecto futuro da genital, ambos infundados, pois já existem anestesias para parto normal e é comprovado cientificamente que a flacidez vaginal não é relacionada ao ato de dar a luz. Infelizmente, estes mitos já estão fixados no âmago da crença popular, esquecendo que a cesárea também pode causar complicações, esse tipo de parto, além de aumentar as chances de diabetes e obesidade no infante, se realizado muito antes do tempo pode acarretar em problemas respiratórios e ingestão de água de parto pela criança, que, em casos extremos, pode levar a morte. Ainda falando sobre a situação atual do país, é necessário lembrar-se da precariedade da saúde pública nacional, principalmente na área obstétrica. Casos de violência são muito comuns, onde profissionais da área ofendem as pacientes que desejam realizar os partos normais, e pouco denunciados pelas vítimas, que aceitam a situação como um mal necessário. O pré-natal também é negligenciado, e, em muitos casos, as gestantes nem tem acesso a ele, o que as torna vulneráveis física e psicologicamente. Tendo em vista a atual situação, medidas urgentes são necessárias para evitar que estes índices alarmantes aumentem ainda mais. A mídia deverá investir em campanhas que conscientizem a população dos benefícios do parto normal, de forma a difundi-lo, o governo deverá investir nas alas obstétricas do Sistema Único de Saúde, garantindo que todas as grávidas tenham acesso ao tratamento adequado e, por fim, os médicos, que deverão portar-se de forma adequada e não violenta na hora de prestar os cuidados necessários à mulher. Assim, finalmente, mães de todo o Brasil irão se sentir seguras suficiente e optarão pelo parto natural e o país poderá aproximar-se da meta fornecida pela OMS.