Decorrente do excesso de mercantilização capitalista, hoje nem mesmo um simples nascimento escapa desta influência. Se para uns saúde pública é algo fundamental e intimamente relacionado a qualidade de vida; para outros é mais uma oportunidade de lucros e de comodidade. Atualmente, o Brasil é um dos países que mais fazem partos com intervenção cirúrgica. Países como o Canadá e até mesmo os EUA detém maiores estatísticas de partos normais e humanizados. Desse modo, o Sus, por sua maior abrangência, e sobretudo os planos de saúde são fundamentais para a manutenção da cultura da cesariana em nossa sociedade. Todavia, por sua característica invasiva a cirurgia interfere num dos pontos cruciais da gestação: o momento do nascimento. Tornou-se conveniente para o obstetra escolher juntamente com a mãe o exato momento em que o bebê nasce, conduta esta que rotineiramente é praticada em hospitais e maternidades. Em contrapartida, pesquisas apontam que a cirurgia aumenta bastante o risco de infecção e de outros tipos de complicações no pós-operatório não só para a gestante, como também para o bebê. Dessa maneira, o parto humanizado se apresenta com maior viabilidade por ser estatisticamente mais seguro do que a cesariana. Fica evidente, portanto, a necessidade de estabelecermos políticas públicas de incentivo ao parto normal e humanizado. Para isso, o Ministério da saúde pode incentivar campanhas e disponibilizar recursos para que o SUS melhore todo o pré-natal até o momento em que o bebê nasce. Assim, poderemos a médio prazo desconstruir a cultura da cesariana instalada no Brasil, e proporcionar mais segurança e naturalidade às mães e aos seus filhos na hora do nascimento.