O alto índice de partos cesáreos desnecessários realizados no Brasil tem preocupado o Ministério da Saúde. O problema pode estar na falta de conhecimento das mães na hora de escolha que, muitas vezes, acabam sendo instruídas pela comodidade médica a optar pelo parto cirúrgico desnecessário. Assim que a medicina, no final do século XIX, conseguiu fundir técnicas cirúrgicas e anestésicas para o parto, as cesáreas têm liderado cada vez mais nas escolhas das mulheres, contribuindo assim para uma considerável diminuição dos partos naturais. Mesmo sendo uma técnica muitas vezes capaz de salvar vidas, o abuso de tal recurso tem contribuído com o surgimento de um problema: com a alta procura e a possibilidade de agendamento, muitas vezes a gravidez acaba sendo um pouco encurtada, diferentemente de quem opta por um parto normal. O Brasil, com uma significativa taxa de mortalidade, apresenta as cesáreas antecipadas como uma das principais causas. Possivelmente, os grandes responsáveis pelo significativo aumento das cesáreas brasileiras sejam os próprios médicos. O tempo de um parto normal pode demorar mais que 6 horas, enquanto o cesáreo normalmente fica em torno de 2 horas. Para o médico, a cesariana é mais cômoda, visto que é realizado em menos tempo e com prévio agendamento. E, quando visto por razões financeiras, a remuneração feita pelos planos de saúde é muito próxima para as duas opções. Muitas vezes, sem um conhecimento básico prévio, as mães são instruídas pelos médicos a optarem pelo processo cirúrgico e acabam acatando a ideia, mesmo que não sendo ela necessária. Fica claro, portanto, a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa por parte do Ministério da Saúde. E, visando um maior amparo as mães, se faz importante a criação de programas capazes de instruírem as mesmas para que optem pelo parto que trará mais benefícios a ambos.