A cesariana é um procedimento cirúrgico de emergência que deveria ser usado somente em casos de risco da mãe ou da criança durante o parto normal. Todavia, no Brasil essa prática cirúrgica tornou-se uma epidemia, principalmente, pela falta de incentivos pelos profissionais da saúde e por conta do medo causado pela falta de informações. Atualmente, o Brasil lidera o ranking de cirurgias cesarianas e segundo dados do Ministério da Saúde, 84% dos partos nas redes privadas são cesáreas e grande parte da culpa é do médico. Infelizmente, a comodidade da atuação por agendamentos e os lucros fazem com que os cirurgiões obstétricos induzam suas pacientes a recusarem o parto normal, sem a real necessidade disso. Ademais, a utilização dessa cirurgia prejudica principalmente o sistema público de saúde, haja vista, a utilização de procedimentos invasivos requer leitos que poderiam ser utilizados para situações de real emergência. Além da falta de incentivos ao parto normal, existe a questão do medo por parte das gestantes. A falta de informações oficiais sobre o parto natural faz com que muitas grávidas temam a realização desse procedimento e confiem muitas das vezes em conhecimentos populares. Muitos mitos são propagados, como a inviabilização sexual da mulher pós-parto e a ausência de anestesia. Felizmente, esses fatos não são reais, a gestante volta a sua condição normal depois da concepção e a anestesia pode ser usada. A ausência de informações mostra-se como um entrave para o aumento da utilização de partos naturais e é dever do Estado tentar sanar esse problema. Em suma, o Brasil vive uma epidemia desnecessária de cesarianas que deve ser revertida. É necessário, portanto, medidas para mudar essa conjuntura, como a criação de uma ficha da gestante, por parte do Estado, detalhando toda a gestação, dessa forma, mostrando ao médico e a instituição de saúde a real necessidade de um procedimento invasivo. Ademais, os órgãos de saúde devem oferecer aos médicos treinamentos que visem o incentivo ao parto normal em consultas. Além disso, a atuação do Estado em conjunto com a Mídia na divulgação de cartilhas, propagandas e programas que encorajem ao parto normal. Finalmente, essas medidas proporcionarão a diminuição do número de cesáreas no Brasil atingindo a meta da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 15% ao ano por país.