Os índices alarmantes de cirurgias cesarianas feitas no Brasil –taxa média anual de 52%- é de causar preocupação à Agência Nacional de Saúde. O percentual recomendado pela Organização Mundial de Saúde é 37% menor que o da realidade nacional. Visando amenizar esta discrepância, a ANS vem impondo barreiras à realização sem fundamentos de tal procedimento. Porém, seria esta uma boa solução? Grande parte das cesáreas realizadas no país advém da orientação precária oferecida às gestantes durante o período de acompanhamento pré-natal. Por ser maia cômodo aos médicos, em questão de agendamento e tempo gasto no processo do parto, estes costumam persuadir às futuras mães a realizar a cirurgia. Outra razão á o medo que muitas mulheres têm de sofrer e sentir a dor do parto normal. Esta questão também se apega à falta de informações. Existe a opção de receber anestesia também no procedimento natural, sem maiores riscos à saúde do recém-nascido e mãe. A cirurgia cesariana somente é benéfica quando é realmente necessária; como nos casos em que a posição do feto não permite realizar o parto normal. Por se tratar de uma intervenção cirúrgica, pode causar complicações, infecções e sequelas à mulher e criança. A recuperação pós-parto das cesáreas também é muito mais sofrida e dolorosa, enquanto a do parto normal não a agride e colabora com veloz recuperação. Para reduzir os grandes índices de realização de cesáreas, é necessário agir com orientação; e não com imposição. Os profissionais da área de saúde devem fornecer todas as informações quanto aos riscos e benefícios dos dois procedimentos. O parto humanizado deve ser desmistificado através de projetos de divulgação em larga escala –páginas na web, aplicativos, stands em feiras “mamãe bebê”, propagandas- e dentro dos consultórios médicos, por meio de esclarecimentos e grupos de conversa entre mães e grávidas.