O advento da tecnologia impulsionou o desenvolvimento da medicina. Nesse âmbito, a obstetrícia avançou por ofertar outra modalidade de parto substituindo gradativamente o papel da ‘’parteira’’. Com rápida aceitação, a cesárea ‘’dominou’’ os hospitais por sua garantia a segurança materna e fetal e sua suposta eficácia. Contudo, sua crescente demanda apenas ratifica a ineficácia do sistema de saúde e a pouca informação pública. Partindo dessa assertiva, vale evidenciar que a má qualidade dos programas de saúde ofertados pelo governo legitima a decisão dos pais em escolher o parto não natural. Os riscos de não encontrar leitos disponíveis, médicos aptos a executar tal procedimento cirúrgico e estrutura adequada assustam os pais, que optam pela segurança. Dessa maneira, devido às ameaças atribuídas ao parto iminente, centenas de mães têm que o financiar – atitude paradoxal ao papel do Estado que seria de oferecer serviços gratuitos de qualidade aos cidadãos. Ademais, a perpetue de mitos culturais, atrelado a não informação, deturpam a opção materna. O medo da dor, por exemplo, é um dos fatores que mais desestimula mulheres embora esta possa ser sanada com aplicação de anestesia. Outrossim, a pouca difusão de benefícios sobre tal procedimento viabiliza a manipulação feminina, por médicos que almejam unicamente o lucro. Dessa forma, profissionais da saúde confiscam o direito atribuído ao parto natural tornando-se mediadores da preferência familiar. Infere-se, portanto, que há necessidade de esclarecimento no que concerne ao de ‘’dar a luz’’. Logo, cabe ao Estado uma reforma na área de saúde, priorizando as gestantes, por meio de incentivos fiscais e ampliação no número de profissionais especializados. Atrelado a isso, é dever do Governo Municipal a realização de palestras e campanhas que exponham as vantagens do parto vaginal. Assim, por meio de ações singulares teríamos maior alcance público e consequente efeito plural.