A gestação e o parto são momentos únicos e inesquecíveis na vida de uma mulher, afinal representam o início de uma nova vida que deve ser feita de maneira segura e saudável.No entanto, este momento tão especial está se tornando um problema de saúde pública em nossa nação. O Brasil é o país que mais faz cirurgias cesarianas no mundo. A taxa anual recomendada é de 15% segundo critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde) porém, no país a taxa é de 52% e na rede privada chega a 84%. Vemos que a popularização da cesariana nos últimos 40 anos marginalizou o parto natural que é o mais seguro e saudável. O tempo gasto com o procedimento, a possibilidade de agendamento e o medo de sentir dor fez com que diversas mulheres e médicos optassem pela cesárea por ser mais cômoda. O que está surgindo em nosso território é uma verdadeira epidemia de cesáreas, e este procedimento cirúrgico traz vários riscos a mãe e ao bebê. Ela surgiu apenas como uma ferramenta para acelerar o parto quando estas vidas estivessem em perigo, porém o que vemos são altos índices de partos cesarianos desnecessários e que geram altos custos. Fica evidente portanto que é preciso que se invista em novas diretrizes para tentar reduzir o número de cesarianas desnecessárias no país, como o incentivo a criação de mais cursos superiores para a formação de profissionais obstetrizes para que assim, os hospitais busquem a formação de equipes multiprofissionais que busquem promover o parto natural sem intervenções. Além disso, a disponibilização de todas as informações necessárias sobre o parto normal através de cartilhas distribuídas por campanhas governamentais e ONGs para que assim haja a humanização responsável dos partos nas redes pública e privada e que o parto cirúrgico seja adotado apenas quando necessário.