Título da redação:

A cultura do parto

Tema de redação: O parto como questão de saúde pública no Brasil.

Redação enviada em 14/08/2015

O Brasil é líder mundial em cirurgias cesarianas, pois o tão temido parto normal tem sido a última opção das grávidas, o que deveria ser o contrário. Contudo, essa decisão se tornou um caso de saúde pública no qual o Ministério da Saúde tem lançado iniciativas para reverter essa situação.Todavia, essa problemática é o reflexo de uma população aculturada ao parto cesárea sem conhecer seus verdadeiros riscos e de profissionais que se beneficiam influenciando esse procedimento, reflexos que combinados geram prejuízos e tumultos no sistema de saúde. Segundo a obstricia, a cesárea sem a correta orientação médica aumenta 120 vezes o risco de problemas respiratórios para o recém nascido e triplica o risco de morte da mãe. Por ser muito invasiva, essa cirurgia pode gerar hemorragias, infecções e danos aos órgãos internos da mulher, e o pós-cirúrgico exige bastante repouso. No entanto, em plenas condições de saúde o parto vaginal não gera complicações e sim benefícios com a produção de hormônios essenciais para o bebê e sua amamentação, e na passagem, a compressão do tórax faz o bebê expulsar líquido amniótico das vias respiratórias, além de em poucas horas a mãe conseguir caminhar e sua recuperação é rápida e tranquila. Por outro lado, um dos responsáveis por esse adestramento cesariano das brasileiras são os próprios médicos, visto que um parto cesáreo dura cerca de 3 horas ao passo que o normal pode durar até 12 horas. Sendo assim, é muito mais cômodo e lucrativo para um ginecologista realizar 3 a 5 partos em apenas um dia, levando também em conta que o custo cesariano é mais caro. Logo, conforme o Ministério da Saúde afirma, esse excesso de cirurgias desnecessárias causa a superlotação de hospitais e UTI's neonatais, por conta de nascimentos prematuros desses procedimentos e pela longa estadia hospitalar das mulheres que sofreram imprevistos cirúrgicos. Certamente, esses casos geram para o governo um gasto muito alto com medicamentos, leitos e atendimentos que fogem do orçamento planejado. Efetivamente, o poder público precisa controlar essa epidemia cesariana, e é notório que o problema está na falta de informação e na insegurança. Portanto medidas como o Partograma - espécie de prontuário em que se registram as informações da gestação-, e a ampliação de serviços como o pré-natal favorecem uma fiscalização efetiva para o governo. Já para as mulheres iniciativas como o plano de parto - documento em que o médico orienta a paciente a registrar como ela deseja que seja seu parto - proporciona confiança e segurança para as gestantes. Fazem-se necessárias também campanhas na mídia que influencie a opinião pública sobre o assunto, assim a falsa cultura do parto será esclarecida!