A procura incessante por aderir-se ao conceito de beleza física fixado atualmente leva muitas pessoas a sujeitarem-se às inúmeras soluções milagrosas, veiculadas em publicações da internet e na mídia programática, que prometem o emagrecimento rápido sem consulta nutricional prévia. Nesse sentido, muitas vezes, o indivíduo é coagido a seguir determinadas dietas apenas pelo modismo gerado e difundido nos meios de comunicação, em que a vida perfeita é fortemente propagada e as aparências, priorizadas. De acordo com uma pesquisa feita para a Nestlé, o brasileiro, na busca pela perda de peso, retira indiscriminadamente das próprias refeições alimentos que contêm glúten e lactose, mesmo sem terem restrições aos componentes, apenas por acreditarem que fazem mal à saúde, como é insinuado em muitas propagandas. A idealização do corpo esteve presente nos movimentos artísticos, como no Renascimento, no qual, em um resgate de valores clássicos, era representada a perfeição da forma humana, contrariando os preceitos que permeavam a sociedade da época, em que o homem tinha uma importância secundária nas decisões do mundo. No entanto, hoje há uma distorção dessa exaltação antropocêntrica, pois, com o surgimento da mídia e da propaganda, o que se vê é na verdade um retrocesso à individualidade, já que empresas buscam o lucro por meio da venda dos produtos delas. Para isso, os divulgam em propagandas que estabelecem um padrão de consumo, e dessa forma, uniformizam as ações das pessoas, que são influenciadas a seguirem o que é imposto e oferecido. Além do mais, é importante destacar que a indústria cultural, conceito formulado por Adorno e Horkheimer, filósofos da Escola de Frankfurt, massifica os comportamentos e planifica os aspectos culturais da sociedade, criando, assim, uma barreira às novas ideologias que possam vir a surgir e que fogem do que é difundido pelos donos da produção. Com isso, a falta de pensamento crítico leva a uma perda da identidade dos indivíduos, tornando-se mais uma peça do consumismo exacerbado, podendo, inclusive, causar graves danos à própria saúde, adquirindo doenças como a anorexia, na preocupação com a obtenção do corpo perfeito. Por conseguinte, as dietas milagrosas surgem como uma opção e frustram muitas pessoas que envergonham-se dos próprios corpos por não conseguirem alcançar o ideal difundido, como mostra a obra "A Ditadura da Beleza e A Revolução das Mulheres", do escritor Augusto Cury. Logo, faz-se necessário um esclarecimento da população a respeito da divulgação das informações na contemporaneidade, e apontar os malefícios e benefícios. Dessarte, a família deve estar presente nas ações dos membros dela, e, por intermédio do diálogo, conciliar as decisões desses com a saúde e o bem-estar. Além do mais, o Ministério da Saúde pode divulgar campanhas de conscientização da sociedade sobre a prática de dietas irregulares e as consequências dela a partir de propagandas divulgadas em sites da internet e por panfletos. Ainda, o Ministério da Educação deve promover, em escolas, palestras sobre a saúde dos adolescentes, com profissionais como nutricionistas que os orientem a uma vida saudável a partir da prática de atividades físicas e alimentação adequada. Com isso, a auto-estima e a análise crítica da população alcançarão maiores proporções, e a ditadura da beleza não mais será um grande desafio à sociedade.