Nos últimos anos, o Brasil observou a ascensão da chamada “geração saúde”, que promove um estilo de vida mais restritivo na alimentação. Apesar dos ideais voltados a uma vida mais equilibrada e saudável, esse fenômeno se traduz, muitas vezes, no modismo de dietas, que surgem sem um acompanhamento médico e passam a representar um risco à saúde de diversos indivíduos. Nesse sentido, fatores de ordem educacional, bem como social, caracterizam o dilema dos novos hábitos alimentares no país. É importante pontuar, de início, a negligência escolar quanto à alimentação dos brasileiros. À guisa do pensamento de Kant, o ser humano é tudo aquilo que a educação faz dele. Entretanto, as escolas do país falham nesse processo de formação dos cidadãos ao se omitirem em relação aos hábitos alimentares e à importância de consultar profissionais da área para qualquer mudança na dieta. Nesse contexto, uma população desinformada torna-se mais vulnerável a alimentações da moda que pode ser prejudiciais à saúde. Essa realidade é ratificada por pesquisa de 2017 da Nestlé, que evidenciou que 26% dos entrevistados restringiu o consumo de lactose sem o acompanhamento médico. Outrossim, tem-se a influência de padrões estéticos socialmente construídos na busca por dietas da moda. Conforme exposto no recente documentário “Embrace”, o culto à beleza exposta pela indústria da moda provoca a insatisfação e até o ódio de diversas pessoas aos seus corpos. Esse quadro caótico movimenta a busca por uma alimentação milagrosa para o emagrecimento na tentativa de atender aos padrões de beleza impostos. Assim, o modismo dessas dietas está relacionado à procura pelo “corpo perfeito”, apesar dos riscos iminentes dessas mudanças alimentares. É notória, portanto, a relevância de fatores educacionais e sociais na problemática supracitada. Nesse viés, cabe às escolas, em consonância com a mídia, destacar na população a importância do respaldo profissional nas alterações alimentares dos indivíduos. A ideia da medida é, a partir de palestras e debates na sala de aula, além de propagandas educativas e telenovelas que abordem o assunto, construir uma consciência coletiva de uma alimentação saudável a partir das instruções médicas. Ademais, é dever das ONGs da área promover a desconstrução dos padrões de beleza criados a fim de minimizar os casos de dietas milagrosas para o emagrecimento. Essa intervenção deve contar com campanhas nas ruas e na internet para provocar nos brasileiros a busca por um corpo saudável e não perfeito.