Na Idade Antiga, no Egito, foi comum a construção de obras faraônicas, a fim de exaltar a figura do líder. Contudo, tais obras exigiram esforços e recursos que não eram convertidos em bônus para o restante da sociedade. De maneira análoga, no Brasil hodierno, a copa do mundo de 2014, deixou um legado nefasto, no qual bilhões de reais foram gastos nas construções de estádios em detrimento de menores investimentos em projetos sociais, além de sequelas na economia. Assim, cabe discutir a herança do evento futebolístico para a pátria brasileira. É axiomático que em um país com diversos problemas sociais e econômicos, investimentos que não beneficiem a população como um todo são atos irresponsáveis do estado. Explica-se isso, consoante a aprovação, pouco tempo depois do evento, da PEC de congelamento dos gastos públicos, sendo que os gastos em saúde e educação ficaram estagnados até 2020. Somado a isso, a maioria dos estádios construídos exibem prejuízos por falta de utilização após a copa. Nesse sentido, é ingênuo pensar que um país com tantos déficits em áreas essenciais ao ser humano sairia com frutos de aplicações que repercutiram apenas em lucros para grandes empresários, pois a população foi deixada na “reserva”. Logo, o Governo Federal deveria ter consultado por plesbicito o povo brasileiro sobre a realização do evento. Além disso, vale pontuar que, no Brasil, a copa do mundo agravou ainda mais a crise econômica a qual o Brasil passava. Corrobora para isso, os indicadores econômicos, os quais demonstram que a projeção do PIB diminui, a inflação e a dívida pública aumentaram. Por esse viés, segundo as leis da física formuladas por Newton, toda ação tem uma reação. Desse modo, todo planejamento precisa pensar nos desdobramentos futuros de tais projetos, ademais, Maquiavel, filósofo moderno, dizia que o governante deveria ter preparo para lidar com os acontecimentos imprevistos, o que não houve, por parte dos governantes brasileiros ,e refletiu na situação atual do Brasil. Em vistas dos fatos mencionados, é mister uma governança forte como Maquiavel afirmava, que invista o dinheiro público em setores em prol da sociedade, e que agora depois da copa do mundo faça ações que revertam os prejuízos do evento. Fica evidente, então, que o Governo Federal deve buscar parcerias com o setor privado, para a maior utilização dos estádios, dessa forma, licitações e até mesmo privatizações devem ser feitas, com o intuito de que o dinheiro arrecado com essas ações seja utilizado para outros setores essenciais como educação e saúde. Outrossim, como a lei de ação e reação, o Estado necessita de planejamento, sendo assim, os futuros eventos no Brasil precisam ser passados por avaliação criteriosa de vários economistas nacionais e interacionais, destarte, a economia brasileira será preservada e a população “titular” nos planos da nação.