Em 2014 o Brasil sediou a Copa do Mundo, um grande evento esportivo que exige uma grande estrutura para poder ocorrer. Os investimentos foram pesados, arenas e estádios saíram do papel e foram construídas no cerrado, na Amazônia e em vários cantos do país. Durante a fase de construções, protestos começaram a surgir e em meio às várias questões levantadas, uma das principais foi: “que legado a Copa do Mundo irá deixar para o Brasil?”. Na época, qualquer resposta seria uma especulação, porém, hoje, após o evento, talvez sejamos capazes de responder essa pergunta com menos incertezas. Os protestantes argumentavam que o Brasil teria alguns problemas para resolver, como o sistema de saúde e de mobilidade urbana precários, antes de investir bilhões de reais na construção e reformas de estádios de futebol. Em contrapartida, o Governo esclareceu que o dinheiro seria investido em melhorias públicas, além dos estádios, e que, portanto, os investimentos teriam impacto direto na vida dos cidadãos, antes mesmo do grande evento acontecer. Hoje, em 2017, podemos ver que bilhões foram investidos e, no entanto, a grande maioria das “obras da Copa” que beneficiariam diretamente os cidadãos, como as de mobilidade urbana, nem sequer saíram do papel. Enquanto grandes estádios estão inúteis, somente gerando despesas – alguns foram construídos em cidades que não possuem cultura futebolística -, a população, infelizmente, carece de muitos serviços públicos. De fato, a população não foi significativamente beneficiada pela Copa do Mundo, contudo, alguns setores da economia sofreram um impacto muito positivo. Empresas de turismo e de comércio tiveram grande aumento de faturamento em 2014, devido ao grande número de turistas, de todo o mundo, que vieram assistir os jogos. Após analisarmos as heranças deixadas pela Copa do Mundo no Brasil, podemos concluir que, apesar da euforia momentânea (causada pela mistura cultural que presenciamos), o principal cliente do Governo, a população, não ficou satisfeita, o legado deixado pelo evento não foi positivo. Os planos para as cidades foram feitos e não cumpridos pelo Governo Federal, portanto, agora, cabe às administrações municipais os tomarem para si e irem concluindo e aprimorando-os para o benefício da população.