Há aproximadamente 50 anos, a França protagonizou os protestos de maio de 68, movimentos que marcaram na civilização ocidental uma nova etapa para o exercício da cidadania. Conquanto, esse exercício revela-se insuficiente para a garantia de um trânsito seguro face a violência existente no tráfego brasileiro. Nesse sentido, medidas educacionais e de fiscalização são necessárias para a solução desse impasse. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o acesso a automóveis foi facilitado, no Brasil, durante o governo de Juscelino Kubitschek (J.K.), nos anos 50. Apesar disso, mudanças essenciais na infraestrutura de estradas e rodovias para a garantia de deslocamentos precisos e seguros, mesmo 60 anos após a posse de J.K., não se concretizaram. Consequentemente, os brasileiros enfrentam, hodiernamente, condições estressantes que podem prejudicar suas saúdes e vão de encontro a concepção do filósofo John Locke de que o Estado deve promover o bem-estar social. Em segundo lugar, há um agravamento do quadro mediante as agressões ocorridas casualmente. Sempre acompanhadas de xingamentos e alumas vezes de violência física, tais comportamentos revelam o descompromisso brasileiro com o cumprimento das leis e com o exercício da cidadania. Não obstante, o uso excessivo de velocidade e a prática da direção sob o efeito do álcool também contribuem com o quadro, colocando o Brasil no quinto lugar entre países do mundo em mortes no trânsito, segundo a Organização Mundial da Saúde. Logo, uma melhor fiscalização acompanhada de medidas educacionais são urgentes para a ruptura desse estado. Destarte, a situação atual do trânsito brasileiro resulta do descaso governamental alinhado ao déficit na formação de condutores conscientes. Portanto, o Ministério da Educação deve, justo ao Ministério dos Transportes, colocar aulas sobre cidadania no trânsito e legislação no trânsito como exigência para a renovação de carteiras, além de realizar provas teóricas acerca do assunto estipulando um mínimo de acertos para que a carteira possa ser renovada. Por fim, órgãos ligados ao DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito) devem atuar na otimização tanto do fluxo de carros quanto da fiscalização e sinalização em vias do país para que, a longo prazo, o Brasil tenha um trânsito exemplar e seguro.