Título da redação:

Educar para não punir

Tema de redação: O impasse da educação no trânsito no Brasil

Redação enviada em 28/01/2016

Durante os anos 50, sob o lema “governar é abrir estradas”, JK iniciou o processo de rodoviarismo brasileiro. Essa política nasceu com o objetivo de atrair investimentos externos proveniente das indústrias automobilistas, o que foi o legado do seu governo em união à construção de Brasília. Após isso, cresceu vultuosamente o número de veículos nas ruas, números que a cada ano se sobrelevam. Diante da grande circulação de carros pelas cidades brasileiras, observam-se monstruosos índices de acidentes nas estradas. Somente em 2011, o seguro DPVAT pagou cerca de 58 mil indenizações por morte, e 240 mil por invalidez permanente. Os números são alarmantes e possuem causas diversas, grande parte podendo ser evitadas eliminando atos irresponsáveis, como o de falar ao telefone frente ao volante, dirigir embriagado, ou então não fazer as vistorias periódicas recomendadas. Muitas das imprudências citadas são reflexos da atual conjuntura da sociedade individualista do século XXI. Passamos por uma crise de valores e pela carência do exercício da empatia, que nada mais é que perceber o outro, pois como o homem é um ser social, suas atitudes não afetam apenas a si próprio, mas também quem está ao seu redor. Se parássemos para refletir sobre as possíveis consequências, por exemplo de dirigir embriagado, a maior parte dos motoristas não hesitaria em usar o táxi após uma noitada, contudo não fomos educados para a prática da autonomia prudente. Em suma, infere-se que para resolver estes problemas se faz necessária a união de políticas públicas a uma mudança cultural. O governo, por meio da criação de legislação mais severa, multas mais caras e maior fiscalização, deve coagir motoristas a não cometerem infrações no trânsito. Em junção a isso, é preciso que as escolas primárias implementem matérias que levem os jovens à criação de uma autonomia responsável e à concepção da empatia transformando as próximas gerações. Pois é como dizia Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma uma sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.