“(...) Por isso garota façamos um pacto, de não usar a highway pra causar impacto. Cento e dez, cento e vinte, cento e sessenta, só pra ver até quando o motor aguenta (...)” Esse trecho da música Infinita Highway, da banda Engenheiros do Hawaii, demonstra como em muitos casos a imprudência é uma das principais causas da alta taxa de mortalidade no trânsito brasileiro. De acordo com dados do relatório sobre o trânsito de 2013 emitido pela Organização Mundial da Saúde, os acidentes de trânsito ocupam o terceiro lugar nas causas de morte no mundo. No Brasil, há o agravante que a maior parte das mortes são de jovens do sexo masculino. Apesar das inúmeras legislações, como o Código de Trânsito Brasileiro e as resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), é elevado o índice de acidentes fatais em vias públicas. Não obstante exista uma preocupação do Estado em reduzir os índices ora apresentados, a estratégia não tem sido tão eficiente como se espera. A permissividade da legislação, como no exemplo da não obrigatoriedade do teste do bafômetro, torna o trabalho de fiscalização menos efetivo. Nessa tragédia nacional que é a violência no trânsito, os jovens, mais especificamente, os do sexo masculino, figuram como os principais causadores e vítimas das mortes. Seja pela imprudência aflorada pela juventude, seja pelo desejo de demonstrar habilidade na condução do veículo, eles são os que mais ceifam vidas. A despeito da legislação somente permitir a condução de veículos a partir dos dezoito anos de idade, é cediço que menores também conduzem em vias públicas, expondo a vida de terceiros ao perigo. Deste modo, é imprescindível a participação da família e da escola na conscientização acerca do trânsito. Face ao exposto, é primordial compreender que cabe a toda sociedade se empenhar para reduzir os elevados índices de tragédias no trânsito. A realização de campanhas educativas nas instituições de ensino pode ser mais frequente, até se alcançar um grau mais elevado de conscientização. O Estado deve implementar, por meio dos órgãos competentes como o CONTRAN, medidas para fiscalizar os condutores e os veículos, no aumento dos pontos de fiscalização. Ao poder legislativo cabe manter atualizadas as normas que regem o trânsito, para não enfraquecer o enfrentamento na atual violência no trânsito. Somente com essas medidas e, compreendendo a complexidade do tema, poderá alcançar uma humanização do trânsito e diminui a barbárie sobre rodas.