O desdém para com a cultura africana não é um problema atual. Desde a época das grandes navegações, a história do povo africano fora ignorada. Já no Brasil atual, a falta de instrução sobre esse assunto nas escolas é inaceitável, visto que o país tem mais da metade da população composta por descendentes africanos. Primeiramente, deve-se considerar que mesmo que a aprovação de um artigo na lei 9.394 em 2003 tenha tornado o ensino da história e da cultura africana obrigatório, o problema ainda não foi solucionado. O reflexo das influências do eurocentrismo ainda hoje são observados no país, pois a construção das bases do ensino da história sempre tiveram um ponto de vista aquém dos povos africanos, deixando vários prejuízos para a compreensão do real processo de formação da identidade brasileira. Em face disso, o preconceito enraizado na sociedade brasileira somado à falta de uma capacitação adequada dos professores das ciências humanas a respeito da história africana dificulta ainda mais o processo de inserção dessa cultura nas escolas, pois lhes faltam informações e métodos para uma abordagem eficiente do tema. Isso posto, seguindo a ideia do filósofo Immanuel Kant de que o homem é aquilo que a educação faz dele, aos professores cabe a busca pela formação quanto a esse assunto através dos cursos que já são oferecidos pelo Ministério da Educação e da Cultura tanto de forma presencial, quanto à distância. Já às escolas, cabe a iniciativa de organizar palestras aos alunos com a abordagem do tema para que suas dúvidas sejam sanadas. Ademais, o Governo pode conceder subsídios para artistas promoverem mais obras, como músicas, teatro, filmes e artes plásticas, que transmitam a história africana no Brasil.