A história do Brasil está vinculada à da África desde o período colonial, quando milhões de negros, ao longo dos séculos, desembarcaram nos portos brasileiros trazidos pelo tráfico negreiro. Apesar de tal vínculo, ainda hoje, a marca africana não é ensinada nas escolas como parte fundamental da formação da nação brasileira, aparecendo de forma singela e enfrentando vários desafios para ter o merecido reconhecimento. Ao analisar os livros escolares, nota-se que o africano aparece, predominantemente, como escravo da colônia de Portugal. A cultura desse povo não é devidamente retratada e seus costumes não são apresentados como parte da estrutura imaterial nacional. Como consequência disso, o sincretismo religioso e cultural que molda o Brasil, grande parte fruto dos costumes africanos, não são estudados e alguns deles são segregados sofrendo preconceito, como o Candomblé e a Umbanda. Outros, incorporados e classificados, unicamente, como brasileiros, ao exemplo da capoeira. Tais males ocorrem por muitos professores não terem o prévio conhecimento sobre o assunto, mas também, pela mitigada presença da cultura, dos conflitos e até da língua dos povos negros no ensino escolar, ao contrário da formação da Europa, que é muito presente nas salas de aula apesar da menor influência, em comparação à africana, no nascimento da nação brasileira. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. O Governo Estadual e Municipal devem promover palestras e feiras nas comunidades estudantis, para difundir entre os alunos e professores a presença e a pluralidade cultural do Brasil. Além disso, as universidades, em parceria com o MEC, devem ministrar cursos às turmas de magistratura tendo como fim a inserção do conhecimento da cultura afro-brasileira para os futuros educadores. Dessa forma, sabendo de sua história na integra, o povo brasileiro será melhor valorizado dentro e fora do país.