O Brasil surgiu de uma enorme miscigenação. Fazem parte da nação brasileira indígenas, europeus, asiáticos e tantos outros povos, bem como os africanos que, hoje, formam no país a maior população africana fora da África, segundo o Censo 2012, o que mostra a relevância que possuem na construção da nação. No entanto, mesmo com tamanha importância, a população brasileira pouco sabe a respeito da cultura deste povo, já que por muito tempo foi considerada, até mesmo pelos historiadores, como irrelevante. Antes da lei 10.639/03, que tornou obrigatória a presença de conteúdo sobre a história e cultura africana na grade curricular dos ensinos fundamental e médio do Brasil, a cultura africana nem chegava as salas de aula, por ser considerada insignificante para a composição dos estudos. Contudo, é notória a presença da herança dos povos africanos, diariamente, no país como na música com o samba, na religião com o candomblé e na culinária, principalmente a culinária baiana, por exemplo. Desta maneira, indubitavelmente percebe-se a necessidade de haver um reconhecimento da cultura e história da população africana, pois são um dos pilares fundamentais para a formação do Brasil e do povo deste país. É direito dos brasileiros ter conhecimento sobre as diversas manifestações culturais e religiosas existentes no mundo, aprendendo a valorizá-las e respeitá-las, mas, em especial, a cultura que ajudou – e ajuda – a construir a nação brasileira. É preciso, pois, que o governo garanta o cumprimento da lei através da solicitação dos trabalhos que as escolas estão realizando sobre a história e cultura africana e que ofereçam cursos preparatórios para os profissionais de ensino para, assim, abolir qualquer lacuna que possa existir na formação dos educadores e, desta forma, os alunos possam ter um aprendizado de qualidade. Além disso, as escolas podem organizar projetos especiais que realizem a inserção dos alunos a esta cultura de forma dinâmica e mais próxima da realidade como no contato com a música e a capoeira, por exemplo.