Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 14/10/2016

Embora em 1888 tivesse sido assinada a Lei Áurea, que proibia a escravidão no Brasil, a mesma não tratou da reintegração do negro na sociedade. Essa situação permanece até hoje, evidenciando a marginalização dessa parcela e o preconceito para como a mesma. Além disso, existe certa negação de parte dos brasileiros em aceitar que sua cultura é formada também pela etnia negra, devido à essa imagem do passado desumanizada. Para ilustrar tal ideia de desvalorização étnica, pode-se citar a música "A carne" interpretada por Elza Soares, que em um de seus versos diz: "a carne mais barata do mercado é a carne negra". Essa frase mostra, de forma clara, que não há valor algum na figura humana e cultural do afrodescendente por parte de outros grupos. Nessa situação, foi implantado pelo governo Lula, em 2003, o projeto de inserção no Ensino Fundamental e Médio do conteúdo sobre a história e a cultura africana. Essa medida impulsionou um certo avanço, uma vez que a falta desse conhecimento tornava maior o preconceito e o repúdio à etnia do negro. No entanto, deve-se analisar que, em prática, o projeto não funcionou como deveria, já que, alguns professores não conheciam quase nada do conteúdo, e outros simplesmente o ignoraram, demonstrando então, o seu etnocentrismo. Nota-se isso, ai ver que muitos alunos continuam não sabendo sobre a cultura africana e sua importância na formação brasileira. Assim, reconhecendo que a implantação do projeto trouxe avanços, mas que não foram cumpridos suficientemente, é necessário fazer mais diante de tal questão. É preciso que a curto prazo, tal conteúdo possa ser mais cobrado em exames escolares e em provas como o ENEM, exigindo mais atenção à ele. Além disso, mais trabalhos em escolas com os alunos devem ser executados, a fim de aprofundar esse conhecimento, tais como: manifestações artísticas manuais, palestras, teatros e debates. E, admitindo que a não aceitação dessa cultura parte de grande parte da sociedade brasileira, essa abordagem não deve se limitar apenas ao ensino. Ela tem que atingir a todos com o apoio de ONG's e da mídia, propagando junto com esses saberes, a ideia de alteridade e reconhecimento da cultura africana na miscigenação brasileira.