O Brasil é um país de pluralidade étnica, devido à intensa miscigenação que tomou lugar em seu território durante seus anos de colonização. Dessarte, é fundamental que a formação escolar nacional contemple a história de outras culturas além da européia, visto que há, em nossa origem, raízes indígenas, asiáticas e, sobretudo, africanas. Portanto, o ensino desta precisa ser uma realidade. Primeiramente, negligenciar tal currículo fere ambas a formação cultural da nação e a autoimagem das etnias ignoradas. Como boa parte do Brasil é negra, de descendência africana, o fato de que pouquíssimo se fala da África - e aquilo que se fala é, em geral, sobre a escravidão - revela claramente um caso de eurocentrismo. Assim sendo, o aprendizado de história no país é incompleto e tendencioso, impedindo, pois, que haja uma verdadeira compreensão de nosso passado. Em segundo lugar, a parcialidade com que ela é retratada acaba por exacerbar essa mesma característica na sociedade brasileira. Dessa forma, se agravam preconceitos e radicalismos, já que não são expostas diferentes perspectivas de uma mesma história, glorificando os vitoriosos e diminuindo a importância dos subjugados. O racismo, nesse sentido, é não só um produto histórico, mas também da história como ela continua a ser contada. Seu ensino, enfim, mesmo que exigido por lei nas escolas, ainda não se encontra devidamente exposto. Logo, é papel dessas aprofundar o currículo além da relação com o europeu, estudando, acima de tudo, as sociedades africanas mais influentes e seus costumes e conquistas. Ademais, é indispensável que a sociedade valorize essa área, não apenas como uma curiosidade, mas sobretudo como parte fundamental de nossa cultura.