Título da redação:

Os verdadeiros protagonistas

Tema de redação: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 15/07/2016

Os africanos trazidos para o Brasil durante o período colonial foram submetidos a trabalhos compulsórios e desumanos. A abolição da escravatura, pela lei Área de 1888, não possuía mecanismos de inserção desses indivíduos na sociedade, bem como não houve a preocupação em desconstruir o racismo no país. Devido aos mais de 300 anos de escravidão, o Estado brasileiro tem uma dívida histórica com os afrodescendentes. A lei 10.639, que torna obrigatória o estudo da história e cultura africana, busca reformular a visão sobre a contribuição dos negros na consolidação do país. Contudo, embora tenha trazido avanços, sua implementação efetiva é um desafio. É inegável que a criação de tal lei em 2003, aumentou as discussões sobre o assunto nas salas de aula e possibilitou uma mudança nos materiais didáticos, além de legitimar as reivindicações dos movimentos negros no país. Ademais, representou a percepção da relevância de realocar os africanos para a sua função de protagonistas da história brasileira, junto aos indígenas, e não, como coadjuvantes de todo o processo. No entanto, embora tenha fomentado reflexões e ações na valorização da cultura africana, a implementação da lei não ocorre de maneira regular nas escolas. A maioria das instituições de ensino dão ênfase no assunto apenas no dia de comemoração da consciência negra e não possuem a questão como parte do seu projeto político pedagógico. Além disso, grande parte dos professores não possui uma formação adequada para saber proceder com seus discentes no cumprimento efetivo da lei. Entende-se, portanto, que as melhorias ainda estão longe do ideal. Portanto, a União em parceria com os estados e municípios, por meio das secretarias de educação, deve potencializar a fiscalização da execução da lei, bem como promover pesquisas nacionais que visem demonstrar como os discentes têm aprendido o conteúdo. Ademais, o Estado, por meio das instituições de ensino superior, deve acrescentar nos currículos de graduação de licenciatura a capacitação em dar aulas sobre a história e cultura africana, bem como disponibilizar cursos complementares para os que já estão formados.