Título da redação:

O passado não pode ser apagado, e sim, revelado.

Tema de redação: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 01/07/2016

A miscigenação da sociedade brasileira é caracterizada pela contribuição africana que ocorreu, majoritariamente, na era colonial. Em vista disso, o estudo da história de tal povo é necessário à população para a compreensão de sua constituição na atualidade. Deve-se, portanto, analisar a conquista realizada pelo Estado e a inércia das escolas no que tange ao ensino da cultura africana e, a partir disso, tecer uma intervenção que melhore a realidade desta prática. O governo contribui para a manutenção do estudo dos hábitos e do passado dos africanos. Ele, por meio da lei 10/639, estipula o ensino da cultura e da história desse povo nas escolas. Com isso, muitos alunos aprendem as danças, os rituais religiosos e a culinária típica dessa população nas aulas de história e artes. Logo, a conjuntura política atual tende a defender o espalhamento de informações da nação que foi extremamente relevante na contribuição da formação da sociedade brasileira. Entretanto, o caminho para a plenitude dessa instrução ainda não foi trilhado. Mesmo que a lei determine o ensino da cultura africana, na prática, isso nem sempre acontece. Muitos professores privilegiam demonstrar aos seus alunos conteúdos de outras nações, tal como a portuguesa ou a suíça, pois não entendem a importância que o conhecimento da história do povo da Angola ou Nova Guiné, por exemplo, tem na constituição do caráter dos brasileiros. Por conseguinte, os alunos que deveriam entrar em contato com tal conteúdo e, a partir dele, evitar possíveis pensamentos preconceituosos com os descendentes dessa população, acabam tendo chances maiores de apoiar o racismo. Mudar tal realidade é difícil, todavia possível por intermédio do auxílio da sociedade e da máquina pública. Em síntese, a divulgação da cultura africana é apoiada por uma lei que deveria ser cumprida por todos, mas não é. Para reverter tal quadro, é preciso que o Ministério da Cultura – respaldando-se na Lei de Incentivos Fiscais e na lei 10/639 – diminua os impostos de empresas privadas que fomentem manifestações históricas do povo africano, com peças de teatros e festivais de dança, por exemplo, com o intuito de ensinar, também, fora do espaço escolar. Além disso, o Ministério da Educação poderia – por meio do seu tempo de concessão nos canais de televisão e na internet- instruir os professores sobre a relevância desse conteúdo e convocar a população a fiscalizar os educadores dos seus filhos e cobrar o exercício da lei quando necessário. Assim, aqueles que por muito tempo foram renegados à sociedade, os escravos, serão, na verdade, referencias para o aprendizado de muitas pessoas.