O Brasil é essencialmente um país miscigenado, com uma população formada por diversas etnias frutas da imigração, percebida desde o século XVII, com a descoberta do ouro brasileiro. Porém, a importância dada à história desses grupos não é igualitária, com um amplo desfavorecimento da parte africana. Fato provocado pelo racismo e que o reforça ainda mais. Promover o ensino da história africana pode ajudar muito nessa questão. A baixa importância dada a essa parte da história do povo brasileiro é antiga e presente nos mais diversos campos da nossa sociedade. Como por exemplo na literatura, a 1ª fase do Romantismo brasileiro, com José de Alencar, buscava criar uma identidade nacional brasileira e, para isso, usava da figura do indígena e da mulher branca, excluindo o negro da formação do povo brasileiro. Uma versão distorcida da verdadeira história brasileira que reforça o racismo e diminui a representatividade de praticamente metade da população brasileira. Além disso, a questão do racismo e da miscigenação foram disfarçadas por anos graças ao mito da democracia racial, proposta pelo sociólogo Gilberto Freyre. Esse mito consistia em dizer que, pelo fato do Brasil ser um país miscigenado, na há um racismo tão presente. Porém, atualmente, sabemos que isso não é verdade. Essa concepção atrasou em anos o país na questão do combate ao racismo. O fato da história afro-brasileira só ter se tornado obrigatória tão recentemente atesta esse atraso. Assim sendo, torna-se evidente a importância do ensino da história africana nas escolas brasileiras, pois, além de diminuírem o racismo, aumentam a representatividade, que é tão importante numa democracia. Ademais, o Estado deve dar subsídios e fomentar a produção de filmes, novelas e festivais que abordem essa parte tão renegada da história, de forma a atingir toda a população brasileira, não só a escolar, diminuindo, assim, os anos de atraso causados pelo mito da "democracia racial".