A cultura brasileira teve na sua formação a ajuda de uma grande diversidade de imigrantes de várias etnias diferentes, entre eles europeus e africanos, fato que fez com que o país se desenvolvesse em volta de uma grande miscigenação cultural. Porém, quando se vai estudar a história do Brasil, muito se lê sobre a narração da trajetória dos europeus na América, deixando de fora povos como os africanos como se as negras raízes brasileiras não tivesse importância alguma para a formação do Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil é o segundo país no mundo em número de população negra e descendência africana, mesmo com esse grande número, apenas recentemente que o país começou a dar maior importância para a cultura e história desse povo. Em 2003, o que deveria ser direito, virou lei. Foi aprovada a obrigatoriedade da história e cultura africana no currículo das escolas públicas e privadas do Brasil. O objetivo dessa lei foi ajudar a diminuir os preconceitos e as atitudes de discriminação vivenciadas por negros, através da educação. Em vigor há nove anos, a lei já vem “colhendo frutos” e pode ser observado, por exemplo, no exame nacional do ensino médio (ENEM), que a pouco começou a cobrar em suas questões temas que abordam a história da África. Mesmo com essas conquistas, os desafios não param. Segundo alguns professores a não tão nova lei pode ainda enfrenta alguns problemas, tais como: despreparo e desconhecimento dos professores com relação ao tema, além do milenar preconceito de algumas instituições familiares e escolares. Para tentar modificar essa situação o Ministério da Educação (MEC), vem desenvolvendo políticas e programas que são voltadas para a valorização e aceitação da diversidade brasileira. O Brasil está no caminho certo, à mudança no currículo de ensino, não é algo tão simples e banal como parece, é uma grande conquista para os negros, afinal trata-se de uma alteração na mentalidade dos cidadãos. Hodiernamente os negros ainda possuem muitos desafios a serem enfrentados, mas a união já deu um grande passo para construir um país mais democrático, visto que entendeu que apenas a educação pode construir uma sociedade mais justa, com igualdade de oportunidades e livre de preconceito, e através dela vem moldando as bases do país para no futuro, não muito distante, ter boas consequências dessas medidas.