A substituição da mão-de-obra indígena pela negra no Brasil Colonial ocorreu devido à alta lucratividade que o tráfico negreiro proporcionava, como também à falta de resistência pela Igreja Católica, já que considerava os negros sem almas. Nos ciclos econômicos do açúcar, ouro e café, os africanos sofriam imposições culturais europeias como forma de tornarem civilizados. No entanto, os africanos resistiram as opressões, através do sincretismo religioso e a formação de quilombos. Atualmente, é perceptível a falta de valorização do povo negro, apesar da sua contribuição cultural e genética ao Brasil. Nesse contexto, a falta de dissipação de informações sobre os negros e a carência de políticas públicas influenciam na omissão do papel dos africanos na história brasileira. A pequena presença de assuntos relacionados aos negros na mídia e nas escolas garantem a privação do reconhecimento das contribuições deixadas em relação à miscigenação, culinária, danças e religião. Além disso, o próprio Estado permite essa desvalorização por causa da falta de fiscalização sobre a aplicabilidade das leis que garantem os direitos dos negros. Ainda convém lembrar os efeitos gerados pela carência do ensino sobre a cultura negra. A ideia enraizada na sociedade brasileira que os negros são inferiores aos brancos proporcionam estereotipagem, exclusão e atos preconceituosos à raça negra. Outro efeito é a discriminação quanto à capacidade cognitiva dos negros, o que proporciona uma menor atuação nos postos de trabalho de grandes empresas e, assim, aumenta-se o número de negros em empregos informais. Outro fator existente é a situação do ensino nas escolas acerca da história africana. Apesar da lei número 10639 que estabelece a obrigatoriedade do conteúdo programático sobre a atuação negra no Brasil nas escolas, é visível que não houve significativas mudanças acerca da valorização da cultura africana. Isso é evidenciado pela falta de visibilidade que o dia da Consciência Negra possui nos meios de comunicação e nos ambientes escolares. Sendo assim, é essencial que o Estado fiscalize a atuação das escolas na aprendizagem da cultura africana, a fim de que os estudantes possuam atenuar o preconceito referente aos negros e, assim, valorizar suas contribuições ao Brasil. Outra solução viável, é a inclusão de programas e filmes pelas emissores de televisão, para garantir a dissipação de informações a respeito da cultura negra. Por fim, é fundamental a realização de palestras e, comunidades para reforçar o ensino da história africana e permitir que esse povo possua a visibilidade que merece.