De navio em navio o Brasil afundou sua descendência negra, negou suas origens e sua própria construção. Hoje, felizmente, após séculos de infortúnios, a população brasileira entra em contato com seu passado e pode renovar sua consciência. A educação é a chave mestra do progresso, a história e cultura afro-brasileira dependem da mesma. O Brasil conta com a jovem lei que regulariza o ensino africano nas escolas. Podemos dizer que assim demos mais um passo, ainda que acanhado, a real democracia. Essa resolução ajuda na construção sadia da identidade dos estudantes e profissionais da educação, além de permitir o aceso à consciência coletiva do povo brasileiro. O acesso à cultura é imprescindível ao potencial criativo e ao pensamento critico que guiará os futuros adultos na construção de uma sociedade mais igualitária e funcional. Nenhuma conquista é conseguida sem desafios e essa medida ainda depende de modificações. Considerando o atual cenário da educação no país, temos um árduo trabalho na aplicação dessa lei. É impossível ensinar o passado nacional sem infraestrutura digna ou mesmo respeito aos professores e pessoal. Além de constituir inegável contradição quando aqueles que tentam ensinar sobre nossa cultura são os mesmos que apanham da polícia em manifestações pacificas. E ainda considerar a guerra permanente nas comunidades que talvez mais precisem desse aspecto educacional, por serem majoritariamente negras. Portanto, na construção de uma sociedade igualitária e democrática dependemos de ações conjuntas. Os governos Federal, Estadual e Municipal devem investir seriamente na educação, dar mais atenção às comunidades vulneráveis e atender as reivindicações dos profissionais ao invés de, por exemplo, promover megaeventos. Essas medidas serão, em tempo, fundamentais e poderemos usufruir de um país sem racimos e outros preconceitos.