Título da redação:

Identidade Roubada

Tema de redação: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 08/07/2016

No ano de 1804, o Haiti se consolidou como o primeiro país latino-americano a se tornar independente por meio de uma revolução liderada pelos escravos daquela nação. É fácil deduzir que as elites escravistas brancas sofreram com essa libertação e que, com o passar dos anos, tentaram ao máximo minimizar essa conquista. O mesmo ocorreu no Brasil, com o encobrimento do ensino da história africana por parte dos líderes do Novo Mundo. Na formação da educação brasileira não se considerou a importância crucial do negro na construção do país. Nota-se que o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) criado no Segundo Reinado por Dom Pedro II, foi usado para enaltecer os ideais nacionais puramente elitistas. Prova disso é a falta de informações sobre as origens e costumes regionais de incontáveis povos trazidos da África. Consequentemente, a cultura deles perdeu parte de sua identidade e se mesclou a da colônia. A língua nativa, as danças, os contos e tantas outras formas de manifestação social foram, por conta disso, introduzidas e adaptadas ao cotidiano nacional. Por isso, é comum nos referirmos à capoeira e ao berimbau como algo nosso, porém, apenas compartilhamos, não devemos receber todo o crédito. Sendo assim, para aflorar a história africana no sistema educacional brasileiro é necessária, portanto, a inserção - no livros escolares - de capítulos nos quais, paralelamente ao já lecionado, sejam incluídas todas as contribuições culturais que esses povos trouxeram, assim como, suas origens étnicas e linguísticas. Da mesma forma, fomenta-se a criação de um museu para conservação da memória negra afim de se perpetuar suas batalhas e conquistas.